O avanço dos casos do novo coronavírus no Brasil e a consequente necessidade de isolamento por parte da população elevaram a demanda por ovos. Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), neste começo de abril, os ovos são negociados em patamares recordes reais, considerando a série de preços do centro de pesquisas, iniciada em 2013 para esse produto – os valores foram deflacionados pelo IPCA de fevereiro.
Além de o período de Quaresma já tradicionalmente aquecer a procura por ovos, a preocupação da população com uma possível falta de alimentos tem levado mercados atacadistas e varejistas a aumentarem seus pedidos de ovos. Alguns relatam que o número de pedidos tem superado a produção das granjas.
Em Bastos (SP), a caixa de 30 dúzias de ovos brancos tipo extra foi cotada a R$ 116,85 na quarta-feira, 8. O produto vermelho foi negociado a R$ 137,85 por caixa. Essas médias diárias são 14% e 15%, respectivamente, superiores às verificadas há um mês e 33,1% e 33,3% acima das observadas no mesmo dia de 2019.
A forte demanda doméstica por ovos e os consequentes preços recordes no mercado doméstico resultaram em diminuição das exportações do produto in natura em março, que registraram o menor volume desde julho de 2006. Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), no mês passado, o Brasil embarcou 63,3 toneladas de ovos, volume 60,2% menor que o de fevereiro e ainda 88,1% inferior ao de março de 2019.
Em termos financeiros, a receita gerada pelos embarques do mês passado, apesar de favorecida pelo patamar recorde do dólar (nominal), também foi a menor em mais de 13 anos. Em média, as exportações arrecadaram R$ 328,73 mil em março, queda mensal de 53,7% e anual de 84,4%.