Nos primeiros meses de 2015, o produtor brasileiro de frango aumentou o volume produzido e manteve a sanidade dos planteis. No mercado interno, ao contrário do que se esperava, os preços do produto subiram. Na última semana, a alta chegou a 20% em algumas regiões do país.
• Demanda por carne suína deve crescer
– Esse mês de maio está sendo um pouco curioso para o frango, porque a gente observou uma alta de preços muito forte. Próximo a 20% desde a semana passada, e isso não era esperado neste momento. Normalmente, os preços tendem a cair até o meio de julho, até o início do segundo semestre. Esse ano isso antecipou com essa explosão de preços – explica o analista de mercado César Castro Alves.
Mesmo mais caro, o frango deve ser o principal substituto da carne bovina na mesa do consumidor brasileiro. O analista de mercado acredita que a oferta doméstica do produto feche o ano com um aumento de 17%.
– Talvez seja um dos poucos setores que está aproveitando a piora da macroeconomia com o aumento de vendas, por conta de ser a proteína mais barata e por conta de estar também dentro de um ambiente muito difícil da carne bovina. Os preços estão muito elevados, devem permanecer o ano todo – argumenta Alves.
As indicações são positivas também no volume exportado de aves. Na contramão dos primeiros cinco meses do ano, que apresentaram baixa de 2% em relação ao mesmo período do ano passado, só nas três primeiras semanas de junho a demanda do frango brasileiro no exterior cresceu 30%.
Os preços competitivos e os casos de gripe aviária em países produtores do Hemisfério Norte aumentaram o interesse pelo produto brasileiro. Além disso, é grande a expectativa com a chegada de uma comitiva chinesa ao Brasil. Nos próximos dias, os técnicos devem visitar produtores de sete estados do Sul e Sudeste do país.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) comemora o estreitamento de laços com a China e está confiante no desempenho do mercado este ano, mesmo com os impasses gerados pela crise econômica.
– A China quer mais carne de aves, carne bovina e carne suína. Ela não estava com o nosso mercado. Então, é uma notícia alvissareira para nós, porque cada planta habilitada tem exportado em média quase 10 mil toneladas por ano do produto aves. Essa delegação de chineses que chegou, eles estão propondo fazer algumas visitas e vale como amostragem para habilitar todas as plantas sugeridas pelo Mapa – diz Francisco Turra, presidente da ABPA.
Coforme os cálculos de Turra, se outras dez plantas de carne de aves forem aprovadas, mais 100 mil toneladas de carne de ave por ano serão exportadas pelo Brasil.