A Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), representantes do setor e também do governo estadual unificaram discursos em torno de medidas favoráveis à importação de milho em face dos altos custos de produção enfrentados pela cadeia de proteína animal.
O diretor-executivo de suprimentos da Seara Alimentos, Arene Trevisan, disse que é preciso estabelecer regra claras que visem a importação de países que disponham de ofertas de milho, caso dos Estados Unidos, Argentina, Paraguai e Ucrânia.
“Em um momento de dificuldade na aquisição do cereal, como o enfrentado por estados como o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, é preciso haver agilidade visando a aquisição para consumo, pois os estoques de matérias-primas das agroindústrias estão caindo muito” afirmou.
O secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, Odacir Klein, sinalizou que não é possível proibir a exportação de milho quando o preço é atrativo ao produtor, mas é preciso garantir a liberdade de importação a qualquer tempo, sem maiores dificuldades.
“Entendo que é necessário também buscar uma maior integração do setor avícola com os produtores de milho, no sentido de estimular a área cultivada com o cereal. Do jeito que está, se o agricultor verificar que a saca de soja está valendo duas vezes o preço de uma de milho, ele certamente optará pela oleaginosa. Este é o nosso papel no sentido de produzir”, disse.
Os deputados estaduais Ernani Polo (PP) e Elton Weber (PSB), afirmaram que é possível trabalhar no sentido de tentar viabilizar a compra antecipada de milho com o intuito de garantir o abastecimento do cereal às cadeias produtivas de aves e suínos. “Defendemos uma linha de crédito para a compra antecipada de insumos e podemos trabalhar a questão para tentar garantir agilidade a esse processo”, ressaltou Weber.
Para o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Nestor Freiberger, é preciso trabalhar em prol da união dos setores que estão envolvidos na cadeia produtiva.
“Não somos contra os produtores de milho e soja, mas entendemos que eles não podem acabar com seus clientes, pois um dia farão falta. É por isso que o setor avícola também simplesmente não pode repassar essa alta de custos aos preços da carne de frango. Sabemos que, no atual momento, se adotarmos preços mais caros, a população não terá condições de absorver esse aumento e reduzirá ainda mais o consumo”, alerta.