A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entregou ao governo, na manhã desta terça-feira (18), o posicionamento do setor agropecuário do País para a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27).
No documento, a CNA listou quatro temas centrais que deverão ser apresentados na COP27. São eles:
- Uma nova meta quantificada de financiamento climático;
- Mecanismos focados em adaptação;
- Adoção do plano de ação para a agricultura, resultado das negociações do Koronívia (grupo de trabalho);
- Operacionalização dos mecanismos de mercado de carbono.
Segundo o presidente da CNA, este posicionamento visa a subsidiar o entendimento e o posicionamento do setor agropecuário frente às negociações da COP27. De acordo com a entidade, a expectativa é que a conferência cumpra as metas propostas pelos países. “Formulamos as propostas a seguir como forma de contribuir com as negociações e expressar a posição da agropecuária brasileira”, disse.
Seminário
O evento contou com a presença de diversas autoridades. Entre elas, os ministros da Agricultura, Marcos Montes; do Meio Ambiente, Joaquim Leite; e das Relações Exteriores, Carlos Alberto França. No discurso de abertura, João Martins falou sobre a produção sustentável do Brasil.
“O setor agropecuário brasileiro investiu pesadamente em uma agricultura menos emissora de gás de efeito estufa, e apostou no seu maior patrimônio natural, que são sua vegetação nativa e sua biodiversidade”, afirmou.
O ministro do Meio Ambiente disse em seu discurso que pretende apresentar o Brasil como exemplo de energia verde. “O Brasil está cada vez mais sustentável, as exportações do agronegócio confirmam isso. Levaremos para a conferência do clima o Brasil das energias verdes”, disse Leite.
O ministro das Relações Exteriores falou sobre a importância do documento para levar a conferência às demandas necessárias.
O ministro da Agricultura aproveitou a oportunidade para parabenizar o agronegócio brasileiro pela sua produção sustentável. Ele exaltou a implementação do código florestal, mas citou a dificuldade do Brasil de mostrar ao mundo o que ele tem feito pela sustentabilidade desde a implantação do código.
“Nós já demos um grande passo para o mundo o que o Brasil quer. Quando nós criamos o código florestal, mostrando para o mundo nossa preocupação com a sustentabilidade. Mas depois disso, nós começamos a perder nossa narrativa. Não conseguimos mostrar para o mundo o que o Brasil tem feito desde a implementação do código. E isto tem nos trazido muitos prejuízos”, alertou.
Apesar da preocupação, Marcos Montes afirmou que o Brasil tem trabalhado de forma sustentável. “Os produtores têm mostrado a preocupação do Brasil de produzir de forma sustentável”, concluiu.
No seminário também foram debatidos outros temas, como “A Agropecuária Brasileira no Acordo de Paris” e “Cenário internacional dos compromissos ambientais e a segurança alimentar”. O encerramento foi feito pelo presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, Muni Lourenço.
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COP27
No último ano, foi consolidada pelo País durante a COP26 reduzir a emissão de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e 50% até 2030, em relação ao emitido em 2005. E também alcançar a neutralidade climática até 2050, zerar o desmatamento ilegal até 2028, restaurar e reflorestar 18 milhões de hectares de florestas para uso múltiplo até 2030 e aumentar a participação estimada entre 45% e 50% de energias renováveis na composição da matriz energética em 2030.
Já a COP27 será realizada neste ano do dia 6 a 18 de novembro, no Egito. De acordo com a CNA, existe a expectativa de ser a “COP da implementação”, mas para isso o País precisa detalhar sua estratégia para atingir as metas propostas na última conferência.
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