Ácaro predador promete diminuir uso de defensivos na lavoura

Animal garante o controle biológico, redução da aplicação de agroquímicos e consequente menor custo de produção

Fonte: IB/Divulgação

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo orienta a produção de ácaros predadores como forma de controle biológico, resultado de pesquisas do Instituto Biológico (IB) da Pasta que garante redução da aplicação de agroquímicos e consequente menor custo de produção. A proposta de trabalho foi uma demanda da Associação dos Floricultores da Região da Via Dutra (Aflord), de Arujá.

Trabalho dos pesquisadores Mario Eidi Sato e Harumi Hojo, o controle biológico em ácaros rajados usa exemplares predadores da família Phytoseiidae. Eles literalmente comem os ovos de ácaro rajado (até 20 deles ao dia) e os filhotes, realizando uma verdadeira limpeza na planta: em culturas como feijão, algodão, soja, tomate, mamão, uva, morango e plantas ornamentais. No caso do aracnídeo já adulto, o predador se prende a uma das pernas ou no apêndice e suga as entranhas de sua presa até a morte.

A Aflord começou no fim de 2015 a produzir na região de Arujá os predadores a serem usados por seus cerca de 70 membros. São produzidos em estufas dois tipos de ácaro: um deles é mais genérico e é o primeiro a ser aplicado na lavoura porque tem alimentação mais variada, não come apenas os parasitas, promovendo uma verdadeira faxina na planta. O segundo é mais específico e se alimenta apenas do ácaro rajado e seus ovos, por isso é usado depois do predador mais genérico como controle populacional das pragas.

Mario Sato destacou que “os acaricidas hoje já não funcionam bem para o controle da praga em várias culturas”, sendo o controle biológico mais eficaz e ambientalmente sustentável para mais de mil espécies de plantas.

O ácaro predador tem alimentação versátil e come também pólen e insetos, garantindo vida mais longa a ele. O predador tem ainda outro ponto positivo: ser também tolerante a produtos químicos que possam ser aplicados no manejo de outras pragas, como lagartas. “De dois anos para cá, os produtores de Arujá ficaram mais sensíveis à qualidade do produto e à diminuição do uso de agroquímicos”, apontou Harumi Hojo.