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Diversos

Aconteceu em 2020: reportagem mostrou preço do hectare mais caro e do mais barato do Brasil

No terceiro episódio de uma série exibida pelo Rural Notícias em outubro, você viu como estava a valorização da terra em vários pontos do Brasil

Colocar preço em uma propriedade rural não é tarefa fácil, já que depende de muitos fatores como localização, topografia, solo e gastos com conservação e melhorias da área, além, claro, da necessidade de quem compra ou vende. Por isso, no Brasil, tem hectare para todos os bolsos, como nos mostrou no mês de outubro o repórter Antonio Pétrin, em uma série de reportagens sobre o preço da terra. Relembre essa reportagem:

#AconteceuEm2020

“O mais barato [que negociei] foi uma propriedade lá em Boa Vista, Roraima. Foi R$ 1 mil pelo hectare. Na outra ponta, a mais cara que a gente já vendeu foi de 1 mil sacas de soja, cerca de R$ 125 mil o hectare. Pequena diferença, né?”, disse o corretor rural Nilo Ourique.

As terras mais valorizadas estão nos estados que mais se destacam na produção. Em Mato Grosso, os negócios são feitos usando a saca da soja como referência. No município de Sorriso, o hectare foi negociado por um valor ainda maior.

“Fazenda produtivas e com boa capacidade de  armazenamento se tornam ainda mais caras. E aí a gente pode falar em quanto? 1,4 mil sacas por hectare., ou seja, R$ 175 mil aproximadamente. A mais barata custa cerca de R$ 200 sacas, ou R$ 25 mil”, disse o corretor.

Ainda no Centro-Oeste, o estado de Goiás é um dos mais valorizados do país. Edimar dos Santos, vice-presidente do Sindicato Rural de Montividiu diz que na região, o preço médio está em torno de mil sacas por hectares e, no arrendamento, são de 20 a 22 sacas por hectare, o que dá aproximadamente R$ 2.750.

No Rio Grande do Sul, na metade norte do estado, o produtor rural Junior Milanese conta que o hectare está avaliado em R$ 100 mil e o arrendamento também é valorizado, na casa dos R$ 2,5 mil

Em Rondônia, áreas para soja, milho e algodão variam entre R$ 40 mil e R$ 80 mil o hectare. Terras menos produtivas são muito mais baratas e recebem destinação social. “Nós temos propriedades de R$ 1,5 mil a R$  2 mil  por hectares. Nós temos mais de 100 famílias fazendo aquele êxodo rural ao contrário. O pessoal tinha vindo para o perímetro urbano, mas está voltando para a área rural para produzir”, disse o secretário de Agricultura de Vilhena (RO), Jair Dornelas.

A valorização mais expressiva aconteceu na região do Sealba, composta por Sergipe, Alagoas e Bahia. “Antigamente era muito barato, mas em 2010 já se achava terra no agreste de Sergipe a R$ 2 mil o hectare e, hoje, temos por R$ 30 ou R$ 40 mil dependendo da área”, disse o produtor Cleiton Santos.

No Pará, a valorização também foi impressionante em 20 anos. “No ano de 1999, tinha uma área muito grande, no patamar de R$ 100 por hectare. Hoje, uma área já é vendida em torno de R$ 30 mil o hectare”, explica o presidente da Aprosoja Pará, Vanderlei Ataides.

O que é melhor: comprar ou arrendar?

Essa é uma pergunta que também depende de muitos fatores, mas de maneira geral, os especialistas recomendam começar com uma conta básica: calcule o lucro estimado por hectare naquela região e diminua o valor investido no arrendamento ou, no caso da compra da terra, para calcular quantos anos serão necessários para se ter o retorno do investimento.

No Rio Grande do Sul, Junior Milanesi garante que não vale a pena comprar terra. “Fazendo o cálculo de que seu custo da lavoura é  R$ 2,5 mil e você produz 60 sacas por hectare, vai te sobrar entre R$ 4, 5 mil e R$ 5 mil por ano. Para se pagar R$ 100 mil reais vai precisar de 25 a 30 anos pagando, considerando que tenha solos bons, para a terra se pagar”, contou.

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