O anúncio do Plano Safra 2019/2020 previsto para a próxima terça-feira, dia 12, foi adiado. A informação foi confirmada na noite desta quarta-feira, dia 5, pelo secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio, com exclusividade ao Canal Rural.
Ao blog da jornalista Kellen Severo, o secretário afirmou que havia acertado a medida com a ministra Tereza Cristina. Sampaio também afirmou que o órgão só vai marcar uma nova data quando for aprovado o projeto de lei que trata do crédito suplementar para o governo e garante os recursos para subvenção do crédito rural .
O diretor-presidente da Serges Agronegócio, Ademiro Vian, avalia quais serão os efeitos práticos causado pelo adiantamento do anúncio.
“Os produtores vão ter um retardamento nas contratações das operações, porque os bancos neste momento, sabendo que vai ter um aumento nas taxas de juros, vão segurar a liberação do crédito e depois vão contratar uma taxa mais alta”, afirma.
Sobre a chance da diminuição de subsídios para quem produz, Vian admite que o risco de isso acontecer é alto. “Já que, se o governo não aprovar o projeto de lei, o produtor continua obtendo crédito rural, porém com taxas de juros mais altas, ou seja, a parte que o iria subsidiar os gastos vai acabar saindo do bolso do produtor”.
Setores mais afetados
“A aquisição de insumos por exemplo, é desassociada da operação de crédito, a decisão do produtor comprar ou não insumos depende da taxa de juros. O que vai acontecer na prática é que se o produtor que já tem um relacionamento com o banco, e o banco só está esperando a definição da taxa de juros e de quanto será o novo limite de crédito, o que vai acontecer na prática é que o produtor já pode comprar os insumos, sem nenhum prejuízo e é importante observar se ele aguardar muito pelo Plano Safra ser divulgado poderá haver um aumento nos custos dos insumos neste período e aí serão dois custos, aumento da taxa de juros e insumo”, alerta Vian.
Expectativa para as taxas de juros
“A minha experiência é que vão ser elevadas as taxas de juros de uma forma geral entre 0,5% e 1%. De 0,5% para agricultura familiar e pequeno produtor, e 1% para de custeio para o médio e grande produtor. Além disso, esse cenário que estamos vivendo é por conta da falta de uma política agrícola mais consistente, ou seja, não temos neste momento um tesouro nacional com capacidade de acompanhar a necessidade do setor agrícola, e já está muito claro: o dinheiro será curto”, diz Ademiro Vian.