Uma fazenda do interior do Rio Grande do Sul vem colecionando selos de qualidade na produção de arroz, apostando da rotação de cultura, sustentabilidade e incentivo aos colaboradores. Na estreia do quadro Agenda Positiva do Rural Notícias, você vai conhecer a Estância Três Figueiras, que tem 6,5 mil hectares dedicados à plantação de arroz, soja e milho, além da pecuária.
A propriedade fica entre Maçambará e Itaqui do Oeste, no Rio Grande do Sul. E essa vocação para a agenda sustentável começou em 2006, quando os proprietários definiram algumas metas. “Ser auto sustentável economicamente, ou seja, não pegar capital de fora em nenhum momento, adotar administração profissional e terceirizada e usar os indicadores econômicos e ambientais, regendo pessoas e produção, evitando endividamentos importantes”, disse Ramiro Toledo, engenheiro agrônomo e administrador da Estância Três Figueiras.
O resultado foi tão positivo que, em 2012, foi possível avançar para um novo planejamento estratégico. O grupo decidiu intensificar a Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), fazer rotação de culturas irrigadas com plantio direto e adubação verde, além de estimular ainda mais os colaboradores.
“A gente faz remuneração diferenciada, com pagamento de gratificações via indicadores atingidos. A gente oferece para nosso funcionário um refeitório com alimentação balanceada, com acompanhamento de um nutricionista. Todos os funcionários têm dormitórios com ar condicionado e acesso a uma sala de TV com todos os canais possíveis”, disse Ramiro.
Em 2009, a média de produção de arroz irrigado com taipas foi superior a 10 mil quilos por hectare(10.188 kg/ha). O arroz irrigado com pivô central foi de quase 10 mil quilos (9.901 kg/ha). Enquanto a produção de soja com pivô central foi de 3,5 mil quilos por hectare (3.511 kg/ha) e, na pecuária, a taxa de prenhez foi de 89,8% e a de desmame 73,9%.
Esses índices de produção da Fazenda Três Figueiras não podem e nem devem ser comparados aos recordes nacionais. Essa diferença de produtividade, na verdade, é compensada com outros dois pontos importantíssimos no cenário mundial atual: a economia e a imagem de sustentabilidade, hoje uma exigência do mercado.
Com esse modelo de gestão, a estância começou a colecionar selos ambientais oferecidos anualmente pelo Instituto Rio Grandense do Arroz. “A produtividade é um pouquinho menor, mas compensa no uso da água em 50% e a gente consegue fazer rotação de cultura de fato. Essas vantagens são apropriadas e fazem a gente ter convicção que o futuro pode ser pelo uso de irrigação”, Disse.
Os três principais lemas na fazenda são: “Não gastar pouco, nem gastar muito, mas gastar bem”; “Avaliar o animal, pasto, solo e clima” e, por fim, “Não inventar, experimentar”. E o desafio agora é atingir outras metas até 2023. “A primeira meta é que 40% da demanda elétrica seja produzida com energia solar e outra premissa é que 50% da lavoura de arroz seja com pivô. Isso garante mais sustentabilidade para o negócio”, finalizou Ramiro.