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Diversos

Agro deve sofrer com falta de contêineres até o segundo semestre de 2022

Escassez dos contêineres é observada a nível mundial, mas Brasil sai em desvantagem por estar fora das principais rotas de navegação

A falta de contêineres a nível mundial acende um alerta para o agronegócio brasileiro. Com cenário desfavorável para a logística nacional, a situação a escassez desse tipo de estrutura só deverá ser solucionada no segundo semestre de 2022, segundo Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa que atua na assessoria de comércio internacional.

“Com a competição a nível global por serviços de transportes, as empresas do ramo dão preferência para países que possuem maior participação no comércio internacional. Mesmo com grande capacidade, o Brasil corresponde apenas a 1% dos contêineres movimentados no mundo e está fora das principais rotas de navegação, o que causa uma enorme dificuldade em obter ganhos logísticos nesse período de pandemia”, explica Pizzamiglio.

A escassez de contêineres começou com a recuperação econômica e a retomada em larga escala do comércio mundial, que foi afetado pela pandemia. Além disso, problemas logísticos no Canal de Suez observados em março deste ano e ainda surtos de Covid-19 em portos chineses, tornam ainda mais complicado o cenário para o escoamento via contêineres por exportadores e importadores brasileiros.

contêineres em porto
Brasil perde competitividade na contratação de contêineres no comércio exterior Foto: Diego Baravelli/Minfra

Segundo o diretor da Efficienza, outro ponto que tira a competitividade do Brasil são os mercados norte-americano e europeu, que estão atualmente com as maiores tarifas de fretes no mundo, o que gera um interesse maior dos armadores e agentes de carga em operarem com estes destinos.

No entanto, a alta do preço do frete também já pesa no bolso dos brasileiros que negociam com o comércio exterior. “Antes da pandemia, o frete de importação da China ao Brasil estava na casa dos US$ 2 mil. Atualmente esse valor é de US$ 12 mil, e em alguns casos pode chegar até a US$ 20 mil”, destaca Pizzamiglio.

Ele ainda pontua um gasto a mais para quem vende suas mercadorias via contêiner: as despesas com o estufamento, nome dado à operação de carregamento de mercadorias no interior do espaço. Isso porque, o free time, tempo de permanência do contêiner no porto sem sofrer taxa de sobreestadia que era de até 30 dias no período pré-pandemia, agora é de apenas quatro.

“Esse tempo reduzido torna praticamente impossível a operação para exportadores que possuem plantas longe dos portos estufar os containers e enviar ao porto antes de expirar o prazo, gerando custos extras na operação”, pontua.

Sem contêineres, agro perde, no mínimo, US$ 500 milhões

Segundo Fábio Pizzamiglio, os setores do agronegócio mais afetados pela falta de contêineres no mundo são aqueles que utilizam estruturas refrigeradas, como o de carnes. No entanto, diante dos problemas logísticos, o setor de café deixou de vender ao exterior 3,5 milhões de sacas nos últimos meses, perdendo uma receita de US$ 500 milhões, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Até o momento, não há relatos de perdas nas exportações de carnes pela falta de infraestrutura adequada, porém, as exportações brasileiras de arroz no primeiro semestre deste ano foram afetadas pela falta de contêineres, conforme relato da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz).

Diante do cenário preocupante para o agro, no final de agosto, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), enviou um ofício ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, solicitando uma reunião para debater a falta de contêineres.

No documento, a FPA disse que uma medida a curto prazo para amenizar os problemas logísticos seria a criação de um plano de contingência, que deve ser elaborado pelo ministério com conjunto com armadores do país.

Segundo informações da FPA, até o momento, o governo ainda não deu retorno sobre o ofício, que foi assinado por 13 entidades do setor produtivo.

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