Agronegócio evita queda maior do PIB do Rio Grande do Sul

Valor Adicionado Bruto do agronegócio teve crescimento de 15,6% no segundo trimestre, diz FEE

Fonte: Valdir Fries/Itambé (PR)

O desempenho do agronegócio no Rio Grande do Sul no segundo trimestre do ano ajudou o Produto Interno Bruto (PIB) do estado a recuar apenas 0,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Esta é a quinta retração consecutiva do PIB gaúcho nesta base de comparação, a mais recomendada pela Federação de Economia e Estatística (FEE), responsável por realizar o estudo.

O Valor Adicionado Bruto (VAB) do agronegócio teve crescimento de 15,6% no período, causado principalmente pela safra da soja. A produção do grão, que tem a colheita concentrada no segundo trimestre, registrou alta de 20,4% entre abril e maio de 2015 com relação a 2014.

De acordo com a FEE, o resultado pode ser considerado ainda mais positivo porque se deu sobre o nível elevado de produção de 2013 e 2014.

– O desempenho da soja foi decorrente da ampliação de área e do grande crescimento da produtividade observado em 2015 – informou a FEE.

Nesse quadro, o volume exportado da soja cresceu 15,8% no primeiro semestre, conforme os dados apresentados. Outros destaques no agronegócio gaúcho foram os aumentos na produção do tomate (89,2%), do arroz (5,3%) e do milho (4,5%).

Segundo a FEE, o VAB da indústria do RS diminuiu 9,1% no segundo trimestre, devido principalmente ao encolhimento de 10,1% do segmento de transformação.  Nesta categoria, as maiores contribuições negativas vieram da produção de veículos automotores (-28,4%) e de máquinas e equipamentos (-25,1%).

– O quadro de crise na economia nacional, a queda da renda real e a piora nas condições de crédito são os principais fatores que explicam tais resultados – diz a FEE.

Também houve recuo expressivo, de 8%, do VAB da construção civil.

A FEE indicou que a arrecadação de impostos no Rio Grande do Sul caiu 4,8% no segundo trimestre, impactada basicamente pelo desempenho da indústria. No setor de serviços, o VAB recuou 1,2% no segundo trimestre, influenciado pela redução de 1,8% da atividade nos transportes e de 8,2% no comércio – a única categoria neste último segmento que manteve uma taxa positiva foi a de artigos farmacêuticos, cuja comercialização subiu 1,8%.

Queda acumulada

O PIB gaúcho teve leve alta de 0,2% no segundo trimestre em relação aos primeiros três meses de 2015, na série com ajuste sazonal. A FEE também informou que, no acumulado do ano até julho, a taxa apresentou uma redução de 0,9%. A agropecuária é o único setor com taxa positiva no primeiro semestre (9,7%) – a indústria caiu 8,2% no período e os serviços, 0,4%.