Auditores fiscais federais agropecuários fecharam uma fábrica clandestina de insumos, em Rondonópolis (MT), na quarta-feira, 4. Na ação, os agentes apreenderam 14.736 litros de agrotóxicos sem registro e 4.127 litros de fertilizantes fraudados.
O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) destaca que o uso de produtos fraudados nas lavouras pode acarretar problemas de saúde para os trabalhadores rurais e consumidores, além de prejuízos ao meio ambiente e ao mercado agropecuário.
“Foi observado, por exemplo, que os produtos apreendidos não possuíam número de lote. Isso prejudica sua rastreabilidade”, conta o auditor Júlio César Alves de Lima. “O produtor aplica o defensivo agrícola esperando ter um resultado positivo. Porém, sem o controle, o composto pode falhar e o produtor terá um prejuízo ainda maior tendo que fazer uma nova aplicação, além do dano causado pela praga”, continua.
Entre os defensivos produzidos clandestinamente na fábrica, estavam produtos à base da bactéria B. thuringiensis. Mas, algumas cepas desse microrganismo produzem uma toxina perigosa tanto para animais quanto para humanos. Sem o registro e fiscalização, não há como detectar a presença da toxina, que pode chegar à mesa do consumidor.
“As embalagens dos defensivos apreendidos também não continham informações sobre os equipamentos de proteção necessários para manusear os produtos”, diz Júlio. “Sem esse aviso, nem o produtor, nem o trabalhador rural vão usar os equipamentos, já que entenderão que não há risco”, continua.
A fábrica foi descoberta após denúncia na Ouvidoria do Ministério da Agricultura. A empresa se apresentava como comerciante de produtos fabricados em São Paulo e no Paraná, mas produzia inseticidas e fertilizantes.