Produção de ovos caipiras em Minas Gerais é afetada pela alta do dólar. Produtores do estado estão preocupados com o impacto que a elevação da cotação da moeda americana tem causado no preço de milho e soja, principais ingredientes da alimentação das galinhas poedeiras.
Wildomar José de Oliveira vende sua produção de ovos caipiras no varejo por R$ 6 a dúzia, o dobro do que é pago pelo produto convencional. Sua margem de lucro costumava ser de 20% por unidade, mas a alta do dólar elevou o custo da ração da granja. Segundo ele, o milho teve aumento de 63% nos últimos meses e o farelo de soja, 40%.
– Eu gasto em dólar. Milho, farelo de soja, nutrientes, embalagem, eu gasto tudo em dólar e vendo em real. Nossa situação está complicada. É preciso que tenha alguma coisa diferente para dar condição para o pequeno produtor –, afirma o produtor.
Segundo Oliveira, toda a produção da granja está comprometida com o mercado local.
– Vendo para redes de supermercado e para quem quer um produto de qualidade –, diz ele.
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Manejo
A produção de ovos caipiras, as aves são criadas soltas e pastam em piquetes. O manejo sanitário também difere do sistema convencional, utilizando-se folha de bananeira para o combate a vermes.
– É isso que dá o sabor e a consistência da carne, a coloração amarelada dos ovos –, afirma o médico veterinário Giovane Tonelli.
A produção de alimentos de origem animal precisa ter a certificação dos órgãos de fiscalização. Em Minas Gerais, esse trabalho é realizado pelas prefeituras dos municípios ou pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
– No caso de uma granja, a sala de classificação de ovos deve ser separada da sala de embalagem, com paredes azulejadas e piso impermeabilizado, o que facilita a higiene, garante a qualidade dos produtos e também segurança alimentar –, diz Tonelli.
