A incidência da Clorose Variegada dos Citros (CVC), também conhecida como “amarelinho”, chegou a apenas 3,02% das laranjeiras do parque citrícola comercial brasileiro, em 349 municípios de São Paulo e Minas Gerais. A doença, que chegou a ser a maior ameaça dos pomares na década de 1990, agora é considerada praticamente extinta pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), que realizou o levantamento. A CVC foi identificada pela primeira vez no mundo em pomares paulistas, em 1987, e até o início deste século estava em mais de 40% das plantas, com pico de 43,8% incidência em 2004.
O levantamento divulgado nesta terça-feira, dia 13, apontou que a macrorregião sul do parque citrícola ainda é a mais afetada, com 6,26% das plantas com CVC, seguida da noroeste com 5,04%. As regiões centro e norte têm, em média, 2% de árvores com CVC e a região sudoeste, a nova fronteira do parque citrícola, apenas 0,16% de incidência.
Os dados deste ano foram divulgados em seminário realizado pelo Fundecitrus e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), na capital paulista. As duas entidades atuaram na pesquisa de uma rede de instituições que conseguiu mapear o genoma da Xyllela fastidiosa, bactéria causadora da CVC, e ainda estudar medidas de manejo da doença transmitida por mais de uma dezena de espécies de cigarrinhas.
Os insetos se alimentam do xilema, o tecido condutor da planta, adquirem as bactérias e transmitem para outras laranjeiras. A ação da bactéria torna os frutos duros e improdutivos. Além da pesquisa, foram desenvolvidas ações de manejo da doença que incluem o plantio de mudas sadias, a poda e controle químico das cigarrinhas nas árvores, o que trouxe a redução da incidência nos pomares.
O Fundecitrus estima que cerca de 100 milhões de laranjeiras foram erradicadas e que a produção caiu 20% no período de 2000 e 2005, momento de pico da CVC, sendo responsável por mais de R$ 1 bilhão de prejuízos para a cadeia citrícola.