O empresário Raul Randon morreu na noite deste sábado, dia 3, em São Paulo. Fundador e presidente do conselho de administração das Empresas Randon, ele tinha 88 anos e estava internado havia três meses no hospital Albert Einstein, na zona sul da capital paulista.
Ele passou por uma cirurgia para a implantação de um pino entre o quadril e o fêmur, mas houve várias complicações. A razão da morte não foi divulgada.
Às 6h30 deste domingo, o corpo foi transferido para Caxias do Sul (RS). O velório está previsto para acontecer na capela A do Memorial São José.
Veja o trailer do documentário Raul Randon – Viver e Acreditar
História de vida
FIlho de Elisabetha e Abramo Randon, Raul nasceu no dia 6 de agosto de 1929, na cidade de Tangará, interior de Santa Catarina. Sua família era de Caxias do Sul (RS), mas havia migrado em busca de trabalho.
Em 1939, aos 10 anos de idade, Raul voltou com a família para a serra gaúcha e, quatro anos depois, começou a trabalhar na ferraria de seu pai. Concluído o serviço militar, em 1949 ele se juntou ao irmão Hercílio e a um amigo para abrir uma fábrica de máquinas tipográficas. Um incêndio destruiu a empresa dois anos depois.
Raul não desanimou e, novamente com Hercílio, abriu uma oficina mecânica. Dono de um tino comercial notável, ele diagnosticou a falta de fornecedores de freios de ar para caminhões e passou a fabricá-los. Já rebatizada de Mecânica Randon Ltda., a empresa cresceu junto com a iniciante indústria automobilística brasileira, nas décadas de 50 e 60.
Durante a década seguinte, ele pegou carona na bonança econômica do “milagre brasileiro” e abriu o capital da empresa. E fez a produtividade saltar de mil peças por ano para mil unidades por mês. Sempre com a ajuda de parceiros, a empresa tornou-se um conglomerado, que hoje reúne a Randon Implementos, Randon Veículos, Suspensys, Master, Castertech, Jost, Fras-le, Consórcio Randon e Banco Randon.
Procurando diversificar as atividades, em 1979 Raul entrou nos setores agrícola e alimentício. No dia 15 de maio daquele ano, fundou a Rasip, na cidade de Vacaria (RS). Por meio dela, virou referência na produção de frutas, vinhos, queijos e outros produtos destinados a um público exigente. Em alguns círculos, ele é chamado de “rei da maçã”, em virtude da qualidade das frutas que a empresa produz.
Raul deixa sua mulher, Nilva D’Agostini Randon, e cinco filhos (duas mulheres e três homens). Hoje são eles que levam adiante o sonho que seu pai construiu em quase sete décadas de trabalho.