O dólar comercial voltou a fechar em alta nesta segunda-feira, dia 14, após chegar a bater a casa dos R$ 3,64. No final do dia, porém, a moeda caiu um pouco e fechou a R$ 3,6275 para venda. Essa é a maior cotação da moeda frene ao real desde o dia 29 de abril de 2016.
Segundo analistas, investidores estão apreensivos quanto ao cenário eleitoral após a divulgação da pesquisa de intenção de votos para a corrida presidencial realizada pelo Instituto MDA a pedido da Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Segundo o economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos, o resultado da pesquisa preocupa os mercados. “Foi uma leitura negativa. O Ciro [pré-candidato pelo PDT do Ceará] cresce sem a presença do [ex-presidente] Lula. Já Geraldo Alckmin [pré-candidato pelo PSDB de São Paulo], que seria a garantia de continuidade da atual agenda econômica, caiu em relação à pesquisa anterior e segue sem dar sinais de que irá decolar”, ressalta.
Segundo a pesquisa CNT/MDA, realizada entre 9 e 12 de maio, Lula tem 18,6% dos votos espontâneos para as eleições, em seguida vem Jair Bolsonaro, com 12,4%. Ciro Gomes, por sua vez, tem 1,7% das intenções de votos, em terceiro lugar. Marina Silva ficou com 1,3% e na quinta posição, está Geraldo Alckmin com 1,2% das intenções de votos. Campos chama a atenção ainda para o número de indecisos, brancos e nulos que “passa dos 60% e preocupa”, diz.
Sobre os ajustes feitos pelo Banco Central (BC) na oferta de contratos de swap cambial – equivalente à venda futura de dólar, o diretor de operações da Mirae Corretora, Pablo Spyer, comenta que “os leilões, aparentemente, não foram suficientes para acalmar o mercado. Mesmo tendo operação diariamente, esses leilões estão menores que os anteriores”, diz.
Hoje, o BC passou a realizar duas operações, sendo a primeira com volume menor de contratos em relação à operação iniciada no início do mês, com vencimento em 1 de junho. A oferta de 8,9 mil contratos passa agora a ter 4,225 mil contratos. Enquanto o outro ajuste é a oferta adicional de contratos em segunda operação de swap cambial diária, de 5 mil papéis com vencimento em 2 de julho, equivalente a US$ 250 milhões.