O secretario de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Décio Coutinho, confirmou que vai se aposentar e que deve deixar o cargo na semana que vem. Nos próximos dias a Ministra vai anunciar o novo titular da secretaria.
Em entrevista ao Canal Rural, Coutinho comentou a entrega da segunda parte do Plano de Defesa Agropecuária, com a criação de uma força tarefa para lidar com eventos fitossanitários, o reforço da fiscalização nas fronteiras e do Canal Azul, que agilizará a exportação de carnes e vegetais.
Ele também comentou a intenção do Mapa de tornar o Brasil livre da febre aftosa, afirmando que a medida faz parte da parte do Plano de Defesa.
Canal Rural – Décio, já estava nos planos esta aposentadoria?
Décio Coutinho – Faz parte da minha programação, do meu planejamento pessoal. Conversei com a ministra, chegou o momento. Estarei na semana que vem voltando para meu estado, Mato Grosso, aposentando e voltando para minha vida pessoal.
Canal Rural – O anúncio da segunda etapa do Plano de Defesa Agropecuária é para encerrar sua participação na pasta. Como vão funcionar estes programas de defesa na fronteira?
Décio Coutinho – Nós continuamos a entregar aquilo que está projetado no Plano de Defesa Agropecuária, que foi lançado no mês de maio. Foram três pontos, três programas apresentados: a criação da Força Nacional de Defesa Agropecuária, um grupo de profissionais, fiscais federais agropecuários, fiscais estaduais agropecuários, engenheiros agrônomos, médicos veterinários, que trabalharão com toda parte dos planos de contingência e serão acionados no caso de eventos fitossanitários.
O outro ponto foi o plano de fronteira. Até 2020 vão ser R$ 125 milhões, começando com R$ 35 milhões em 2016. Deixou de ser um componente do programa sanitário e passou a ser um projeto dentro da Secretaria de Defesa Agropecuária como vocês viram. A importância de nós trabalharmos de forma integrada com os estados e com os dez países vizinhos com informações nas imagens de satélites, na utilização de tecnologia, para a prevenção de entrada de doenças e pragas dos vegetais e doenças dos animais.
E o Canal Azul, que é aquela ferramenta vai trazer uma agilidade no processo de exportação de cargas, iniciando pelas proteínas animais e já no segundo momento na parte vegetal.
Canal Rural – O Canal Azul vai reduzir em quanto tempo o processo de exportação até chegar nos portos?
Décio Coutinho – No mínimo 72 horas. As empresas vão ganhar no seu processo de exportação.
Canal Rural – Outro desafio é tornar o Brasil 100% livre da febre aftosa. Será que no próximo ano isso vai ser possível?
Décio Coutinho – Isso está dentro do Plano de Erradicação da Febre Aftosa, aprovado pelo governo brasileiro. É a ultima etapa do Plano, no que diz respeito ao reconhecimento da área livre de febre aftosa com vacinação, e nós dependemos do resultado dos programas implantados em três estados: Roraima, Amazonas e Amapá. São vários pontos a serem observado. Primeiro chegar ao reconhecimento nacional, e depois o reconhecimento internacional. Faz parte do nosso Plano e está na etapa final.