A proposta orçamentária do governo federal para 2021 previa R$ 10,3 bilhões para subvenção econômica na agropecuária, incluindo crédito agrícola, seguro rural e apoio à comercialização. Porém, o relator-geral do Orçamento, Marcio Bittar (MDB-AC), cortou R$ 2,75 bilhões (cerca de 26%) desse valor, que caiu para R$ 7,55 bilhões.
O diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Fabrício Rosa, afirma que o Orçamento enviado ao Congresso já estava defasado, porque não levava em consideração o aumento da área plantada, dos custos de produção e das taxas de juros projetadas para daqui alguns meses.
“Estava abaixo do necessário e ainda retornou com um corte de R$ 2,75 bilhões. O que significa na prática? Que não estamos estimulando o aumento de produção, prejudicando investimentos programados em maquinário e melhoria de solos, e armazéns. Tudo será prejudicado afetando a competitividade do agronegócio brasileiro”, diz.
O dirigente lembra que o agronegócio tem sido muito importante neste momento de pandemia. Os produtores não pararam de trabalhar e garantiram o abastecimento interno e crescimento econômico.
Segundo ele, até o próximo dia 22, prazo final para o presidente Jair Bolsonaro sancionar o Orçamento, será uma guerra, que “pode, inclusive, prejudicar a governabilidade do presidente”, diz.
Diante disso, a Aprosoja Brasil enviou um pedido ao Ministério da Agricultura solicitando empenho do governo para que o Orçamento seja recomposto. A pauta também é prioridade da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). “Senão teremos realmente um prejuízo muito grande”, diz.