O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou nesta segunda-feira, 29, a proposta do aumento da mistura do biodiesel ao diesel comercializado nos postos de 10% (B10) para 15% (B15) até 2023. O aumento será escalonado em um ponto porcentual ao ano, a partir de junho de 2019, até atingir 15%. A proposta do CNPE será encaminhada à Presidência da República, que deve acatá-la e transformá-la em uma resolução mandatória do órgão de política energética.
O CNPE alertou que a evolução da mistura está condicionada à conclusão e resultados dos testes determinados e estimou que a produção do biodiesel do Brasil saia de 5,4 bilhões para mais de 10 bilhões de litros anuais, entre 2018 e 2023.
“Esse crescimento representa um aumento de 85% da demanda doméstica, o que deve consolidar o Brasil como um dos maiores produtores de biodiesel no mundo”, informou.
Além da alta na oferta e na demanda, a variação na mistura se encaixa nas metas previstas de aumento do uso do biocombustível previstas no RenovaBio, a nova política nacional de biocombustíveis.
Após a decisão, Erasmo Carlos Battistella, presidente do Conselho de Administração da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), informou que a entidade sempre defendeu a importância da previsibilidade para o crescimento do setor, e que a deliberação do CNPE vem nesse sentido e merece ser saudada.
“Vai alavancar os investimentos na cadeia produtiva do biodiesel e tem tudo para fazer com que o Brasil se torne o principal mercado no mundo, tanto em produção quanto em consumo”, relatou.
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