A alta dos preços dos fertilizantes, em decorrência do conflito no Leste Europeu e da interrupção de embarques de Belarus, interfere de forma “bastante intensa” nos negócios do Grupo Vittia, disse, nesta quinta-feira (17), o diretor-presidente da empresa, Wilson Fernando Romanini. Alguns produtos vendidos pelo Vittia, como adubos organominerais, têm nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) na sua composição.
“Sem dúvida nenhuma a gente sofre impacto, sim, do conflito. Houve um aumento substancial dos custos dos macronutrientes (NPK) e isso interfere de forma bastante intensa nos nossos negócios”, disse Romanini a analistas, durante teleconferência sobre os resultados do quarto trimestre de 2021 e do ano de 2021. “Contudo, quando olhamos os organominerais, eles representam da ordem de 15% da nossa receita”, ponderou o executivo.
Romanini informou que a empresa está “muito bem casada”, conciliando vendas e estoques de produtos na fábrica. Disse, além disso, que contratou assessoria da consultoria Agroconsult para entender qual é o limite, para agricultores, da alta dos custos de produção de diversas culturas.
“Apesar de todo o aumento dos macronutrientes (NPK), os resultados para os produtores ainda são satisfatórios. Vivemos um momento bom, com as commodities agrícolas altamente valorizadas; a matemática ainda é positiva para o produtor rural”, avaliou Romanini.
Muitos produtores estão bem posicionados no que se refere à “caixa de solo”, continuou ele, e tendem a reduzir um pouco a utilização de NPK. Ele enxerga possibilidade de negócios para produtos comercializados pela empresa, que melhoram a eficiência de fertilizantes. “2022 será um ano desafiador, mas positivo”, afirmou.
Segundo o balanço financeiro divulgado nesta quinta-feira (17), a companhia registrou lucro líquido de R$ 107,74 milhões no ano passado, alta de 25,5% ante 2020. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado atingiu R$ 176 milhões, 54% maior frente ao ano anterior.