Balança do agronegócio tem saldo positivo de US$ 7,1 bilhões em abril

Exportações do setor em abril alcançaram R$ 8,08 bilhões. Destaques no mês foram os setores de soja, carnes, produtos florestais e sucroalcooleiros

Fonte: Porto de Rio Grande/Divulgação

Com aumento de 14,3% em abril deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2015, as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram um total de US$ 8,08 bilhões, valor que representou 52,5% de todo o valor exportado pelo Brasil no mês. Como os preços internacionais dos produtos agropecuários têm registrado queda, o resultado só foi obtido graças ao aumento na quantidade de produtos exportados, informou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento (Mapa).

De acordo com o Balanço Comercial do Agronegócio, divulgado nesta segunda, dia 9, pelo ministério, o saldo positivo das exportações subiu de US$ 5,95 bilhões para US$ 7,1 bilhões, na comparação entre abril de 2015 e abril de 2016. Já as importações apresentaram queda de US$ 1,12 bilhão para US$ 972,63 milhões entre março de 2015 e abril de 2016: uma queda de 12,9%.

“As vendas externas contribuíram para termos superávit, enquanto as exportações de produtos dos demais setores apresentaram déficit de US$ 2,2 bilhões”, disse a secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa, Tatiana Palermo. “Nos primeiros quatro meses, o crescimento foi 10,2% na comparação com 2015, com um saldo de US$ 24 bilhões no agronegócio. Já os demais foram deficitários em US$ 10,9 bilhões. Com isso, o superávit total da balança ficou em US$ 13,2 bilhões”, acrescentou.

Destaques

Os destaques para o período entre janeiro e abril, segundo a secretária, foram a soja, com um aumento de 43% no valor e de 63% em volume; o sucroalcooleiro, que aumentou em 8,3% o valor e em 23,4% a quantidade; o milho, com um aumento de 109,5% no valor e de 137,8% na quantidade exportada. Os produtos florestais apresentaram alta de preço de 2,6%, e de 16,4% na quantidade exportada; o algodão aumentou, em valor, 34,7%, e em volume, 41,9%. O cacau também mereceu destaque e, com um aumento de 9,2% em seu valor registrou aumento de 13,4% na quantidade exportada.

“Tivemos um resultado muito bom também nos produtos de proteína animal exportado”, acrescentou. Com preço praticamente estável, as carnes em geral aumentaram 17,9% em termos de volume exportado. O frango in natura aumentou em 16,6%. A carne bovina in natura teve aumento de 7,4% no valor de mercado, e, em quantidade vendida, aumentou em 18,5%. A carne suína in natura aumentou em 22,5% seu valor, e em 71,4% a quantidade.

“Também merecem destaque os pescados. Exportamos 27,9% a mais em valor, e 29,7% a mais em quantidade.”
Segundo o Mapa, os cinco principais setores exportadores em abril foram o de soja, que exportou US$ 4,04 bilhões, valor 30,6% superior ao registrado em abril do ano passado; carnes, que totalizaram US$ 1,2 bilhão (4,4% a mais); produtos florestais, que exportou US$820 milhões (queda de 2,7% na comparação com o mesmo mês). O complexo sucroalcooleiro exportou US$ 526,28 milhões. Na comparação com abril do ano passado o crescimento da exportação fica em 64,9%.

“Esses cinco complexos foram responsáveis 78,2% do exportado pelo agronegócio. Temos concentração muito grande nesses cinco complexos. A soja representa 32,6% do total exportado pelo agronegócio. As carnes, 15,7%; os produtos florestais (papel, celulose e madeiras) representa 12% do exportado; o sucroalcooleiro 9,6%; e o de cereais 8,2%.”

O café registrou queda em termos percentuais (-29,3%), e exportou US$ 371,49 milhões. Tatiana Palermo explicou que essa queda no café é momentânea. “Estamos na entressafra, mas deveremos anunciar ainda uma safra recorde.”

Acumulado

No acumulado de 12 meses até abril, o saldo comercial da balança do agronegócio está positivo em US$ 78,729 bilhões. Não fosse esse resultado, a balança comercial brasileira total estaria negativa em US$ 40,740 bilhões. A secretária de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Tatiana Palermo, afirmou que as vendas externas têm batido recorde em vários produtos. Na soja, por exemplo, as vendas de abril somaram 10,086 milhões de toneladas, maior resultado para o mês. As exportações de frango também seguiram o mesmo movimento e atingiram volume máximo para abril com 413 mil toneladas.

Segundo Tatiana, os cinco principais complexos exportadores representaram 78,2% das exportações no mês passado. Ela listou soja como o item com maior participação na pauta, ou 32,6% do total exportado; carnes, com 15,7%; produtos florestais, com 12%; complexo sucroalcooleiro, 9,6%; e cereais, 8,2%. A secretária ainda explicou que a atividade remunera muito bem, mesmo com preços em baixa e com a recente desaceleração do dólar frente ao real.

Ela argumentou que, a despeito desse cenário de preços, a rentabilidade está garantida ao produtor. “A relação entre preços internacionais e câmbio compensou para praticamente todos os produtos do agronegócio. Continua a remunerar bem. O Brasil voltou a exportar mais em valor graças ao agronegócio, que cresceu exportações em 14,3% enquanto outros setores foram deficitários”, ponderou. “As exportações gerais avançaram 1,4% devido ao aumento das exportações do agronegócio”, disse. Tatiana ainda relatou que o governo estima um aumento de 2% nos valores exportados em 2016. “Estamos aumentado as exportações em volume, mas é importante a tendência de aumentar as exportações em valor”, afirmou.

Os dados revelaram, ainda, que a Ásia representou 54,1% das exportações em abril contra uma participação de 46,5% em igual mês do ano passado. Segundo a secretária, esse avanço se deu pela abertura de plantas frigoríficas e outras opções no mercado oriental, sobretudo no chinês. 

No caso dos Estados Unidos, foi observada uma redução de 6% nas vendas, influenciada principalmente pelo café, que está em período de entressafra. “Conversei com André Nassar (secretário de Política Agrícola) e ele disse que espera uma safra de café maior que a do ano passado. Esse resultado dos EUA é temporário”, projetou.

Adidos agrícolas

Tatiana Palermo, no fim da entrevista para apresentação dos dados, relatou que nos próximos dias será publicado o decreto que aumenta de oito para 25 o número de adidos agrícolas do país. Com isso, a pasta espera ampliar as negociações e dar mais agilidade aos processos de harmonização fitossanitária entre o Brasil e possíveis parceiros comerciais.