Fontes do Banco Central alertaram nesta sexta, dia 13, que mais “cedo ou mais tarde” o mercado fará a correção das taxas. Para o BC, há muita “gordura” na taxa de câmbio, que provoca impacto nas taxas de juros futuras, adicionando prêmios aos ativos. A avaliação é de que a instituição tem procurado mostrar que o processo de ajuste no câmbio, que ocorre hoje na economia brasileira, tem de se dar de uma maneira “suave”.
Não haveria, no entendimento da autoridade monetária, justificativa nos fundamentos do país para que a alta do dólar “ande mais rápido” no Brasil do que nos outros países. O dólar fechou ontem com alta de 3,36%, cotado a R$ 3,26, o maior valor desde 2 de abril de 2003 e os agentes do mercado reclamam que o BC não está agindo para conter a volatilidade excessiva das taxas.
O Banco Central contesta a avaliação de que está parado assistindo ao movimento do mercado e considera que a disparada de ontem reflete uma visão de curto prazo em decorrência das especulações em torno da reunião do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos (Fed, na sigla em inglês).
Já se sabe que, na próxima reunião, o Fed vai mudar o seu comunicado em relação ao início do processo da alta de juros nos Estados Unidos, mas essa ação não significa, na avaliação do governo, que se esteja na iminência de aumento. A expectativa é de que o BC americano só comece a elevar os juros em setembro, mais para o fim do ano. Em razão desse movimento esperado do Fed, os agentes do mercado estão se antecipando comprando dólar para proteção.
No Brasil, no entanto, esse processo de alta estaria “esticado” demais, na avaliação da autoridade monetária. “É importante que o mercado saiba que o BC entende que é uma exagero. Essa é a mensagem”, afirmou uma fonte do BC, ressaltando que a instituição está atenta e monitorando o quadro. Outra fonte do BC destacou que o índice DXY, que mede o valor do dólar comparado a uma cesta de moedas, está no nível mais alto desde março de 2003, o que reforça o quadro atual de que o fenômeno é global e não reflete uma fraqueza do Brasil.