A Matriz de Dados do Crédito Rural (MDCR), que é um mapa com todas as operações de financiamento do setor organizado pelo Banco Central, entrou em operação às 16 horas de segunda. O banco de dados é atualizado praticamente em tempo real para consumo do BC. Para o público em geral, as atualizações serão feitas sempre no dia 1º de cada mês.
O BC possui dados desde a década de 70, mas as informações disponíveis ao público são a partir de 2013. Até agora, o Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor) gerava informações apenas para o BC, que, quando demandado por outros órgãos do governo ou internamente, passava relatórios para as áreas interessadas. O objetivo de tornar o MDCR público, segundo o BC, é disponibilizar informações para a academia, instituições financeiras, prefeitos, jornalistas e produtores.
As informações de financiamentos podem ser obtidas independentemente de sua fonte de recurso ou de sua característica: se é crédito externo, proveniente do governo, com equalização, da fatia da exigibilidade, do BNDES ou da poupança rural, para agricultura empresarial ou familiar, entre outras. Toda e qualquer operação de crédito rural, portanto, será registrada nesse sistema pelo banco que fecha o negócio. A instituição é obrigada a incluir as informações no dia que fecha a contratação do empréstimo.
Esse banco de dados conta com 55 itens de informação, como valor da operação, data do negócio, município, banco e agência que promoveram o empréstimo, sexo do tomador, localização da área, destinação, produto a ser beneficiado, fonte de recurso e até coordenada geodésica da área de plantio. Por questões de sigilo bancário, não ocorrerá a identificação do contratante do crédito.
Ao clicar no link “Crédito Rural – Evolução dos Recursos Financeiros – Valores Nominais e Constantes”, por exemplo, obtém-se a informação de que o crédito para a agricultura e a pecuária que passou pelos bancos brasileiros em 2013 somou R$ 142,6 bilhões. Já no link “Crédito Rural – Encargos Financeiros”, verifica-se o histórico da taxa de juros cobrada dos beneficiários do Pronaf, do Pronamp e dos demais. Atualmente, essas taxas são, pela ordem, de 4,00%, 5,50% e 6,50%.
Por exemplo, no primeiro bimestre deste ano, foram contratados mais de 173 mil empréstimos no valor de até R$ 10 mil. Já negócios feitos acima de R$ 5 milhões foram 220 no período. Também verifica-se que a cidade de Rio Verde (GO) foi a que mais obteve crédito em janeiro e fevereiro deste ano, num total de R$ 364 milhões.
Já os empréstimos para o custeio de milho concedidos desde o início do ano somaram R$ 1,1 bilhão, conforme a pesquisa. Pode-se verificar ainda que o volume de recursos destinados para a criação de bovinos no período foi de R$ 1,9 bilhão, enquanto para suínos foi de R$ 246 milhões e, para aves, de R$ 228 milhões.
Para fazer simulações, é preciso acessar o site do Banco Central (www.bcb.gov) e depois seguir o caminho: Sistema Financeiro Nacional (SFN), Crédito Rural, Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor) e Matriz de Dados do Crédito Rural (MDCR).