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Bayer: Envio de processo sobre compra da Monsanto a tribunal não é reprovação

Cade encaminhou documento com parecer indicando concentração de mercado; para a empresa alemã, passo é normal em processo de revisão de casos internacionais

Fonte: Bayer AG/divulgação

A Bayer informou em nota que o fato de o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ter encaminhado ao tribunal do órgão o processo sobre a aquisição da Monsanto não pode ser interpretado como reprovação da operação. “A nota técnica não vinculativa emitida nesta quarta-feira, dia 6, no Brasil pela Superintendência Geral do Cade não significa reprovação da operação”.

O Cade encaminhou para o tribunal do órgão o processo sobre a aquisição da norte-americana Monsanto Company pela alemã Bayer Aktiengesellschaf, conforme despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU). A decisão final sobre o caso será do colégio de conselheiros do Cade. 

Para a Bayer, esse é um passo normal dentro do processo de revisão de casos internacionais mais complexos e que permite mais tempo para esclarecer dúvidas e “discutir remédios para sanar por completo suas preocupações”.  A Bayer informou ainda que as partes continuarão cooperando com o Cade para obter a aprovação da transação o mais breve possível.

O CEO da Monsanto, Hugh Grant, também se manifestou nesta manhã. Ele afirmou que continua otimista quanto à fusão da companhia com a Bayer, durante a teleconferência sobre o balanço do quarto trimestre e do ano fiscal de 2017 da empresa. Grant disse que a medida é “apenas uma etapa normal no processo de revisão” e observou que as discussões com autoridades antitruste ao redor do mundo têm sido animadoras. 

A Superintendência do Cade já concluiu a avaliação do negócio e afirmou em nota que “a operação gera concentração horizontal significativa, especialmente nos mercados de sementes de soja e algodão transgênicos (biotecnologia), importantes culturas para a economia do país, pois une dois dos principais concorrentes no mundo, em um cenário já significativamente concentrado e com elevadas barreiras à entrada”.

A operação também favorece a concentração na produção e comercialização da soja e do algodão, agravada pelo fato de a maioria dos concorrentes com atuação no Brasil dependerem dessas empresas para acessar a biotecnologia empregada nas sementes. 

Também conforme o parecer da Superintendência, “a operação reforça a integração vertical entre os mercados de biotecnologia e produção/comercialização de sementes de soja e algodão, gerando preocupações decorrentes da capacidade das empresas em determinar as condições de acesso à biotecnologia e do risco de adoção de práticas comerciais que dificultem o desenvolvimento de concorrentes”. 

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