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Bem-estar animal é prioridade em evento de mangalarga marchador

Associação de criadores divulgou cartilha que deve ser seguida por todos os inscritos no evento que ocorre em Minas Gerais; veja as recomendações

Foto: Fábio Santos/Canal Rural

A organização da Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador, que chega a sua 37ª edição, tem investido cada vez mais no trabalho de conscientização dos expositores sobre a questão do bem-estar animal. Neste ano de 2018, a novidade foi a implantação de uma cartilha sobre o tema no catálogo do evento, um documento fundamental e obrigatório para todos os participantes.

Segundo o médico-veterinário e diretor da Escola Nacional de Árbitros (ENA), Carlos Augusto Sacchi, a medida é mais um passo em busca da conscientização total sobre o bem-estar dos cavalos. “Esse assunto é amplamente debatido e já está bem assimilado entre os membros da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), que é a organizadora do evento. Com a implantação dessa cartilha já no catálogo, conseguimos atingir em cheio os inscritos que chegam à exposição”, disse.

De acordo com a cartilha citada por Sacchi, o bem-estar dos equinos “tem relação direta com as suas necessidades naturais, tais como liberdade, companhia, alimentação, adaptação, controle, saúde, respeito, felicidade e demais sentimentos”. O documento ainda explica que um bom manejo consiste em possibilitar bons alojamentos para os animais, o convívio com outros cavalos, boas condições de transporte e cuidados veterinários.

“Nós, que gostamos do cavalo, não queremos que ele tenha sofrimento. Nosso trabalho é de conscientização, pois não basta apenas escrever uma norma para que ela seja cumprida. É preciso um amplo trabalho de conscientização”, disse.

Esse entendimento sobre o bem-estar do animal ocorre também por meio das regras das competições. “Nós fazemos um regulamento sobre o uso de esporas e chicotes, assim como os cuidados no ferrageamento. Também detalhamos a espessura autorizada das mantas que vão sob a sela e o formato da embocadura, tudo isso para preservar a principal estrela do evento, que é o cavalo”, afirmou Sacchi.

Estrutura

A preparação de uma exposição do tamanho da Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador começa meses antes do início das provas. “Pelo menos quatro meses antes estamos nos reunindo semanalmente, pois são diversos setores responsáveis para que o evento ocorra perfeitamente”.

Para garantir o bem-estar dos cavalos, é preciso muito critério no planejamento da logística e do transporte, pois são nestes quesitos que acidentes podem acontecer. “Nós trabalhamos com o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), que nos dá o apoio já na chegada dos animais ao parque de exposição. Quando o cavalo chega, ele é desembarcado e recebe a primeira avaliação do IMA e, só então, vem para os cuidados dos técnicos da associação”, contou.

Já nas dependências do parque, os cavalos contam com o trabalho de uma empresa parceira que já atuou em mais de 20 exposições nacionais da raça. “Acreditamos que eles possuam a experiência que é exigida, pois é um trabalho complexo. O animal desembarca e já precisa de um lugar reservado para ele. Na nossa logística, sempre tentamos deixar mais próximos os animais de um mesmo haras para dar conforto e segurança aos treinadores”, disse ele.

Com isso, a organização do principal evento da raça mangalarga marchador no Brasil espera terminar mais um ano com bons resultados dentro e fora das pistas, garantindo a saúde e o bem-estar de todos os animais envolvidos nas competições.

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