As expectativas dos analistas da Scot Consultoria para o mercado do boi gordo têm se confirmado no início de setembro: baixa oferta de animais, que acarreta em altas nos preços e dificuldade de compra por parte das indústrias. Neste cenário, o mercado futuro segue sua tendência de alta e o contrato de outubro de 2018 rompeu a casa dos R$ 151 por arroba, chegando a R$ 153 nesta semana, por causa da maior volatilidade e do aumento do número de contratos negociados.
“A questão que se coloca para as próximas semanas é até onde essa escalada de alta pode chegar, já que em muitos casos a restrição de oferta é tão relevante que nem mesmo os preços mais altos foram suficientes para amenizar a situação”, destaca Leandro Bovo.
Outro agravante citado pelo especialista são os diferenciais de base, que estão muito fechados com relação a São Paulo, significando que a indústria não tem muita margem de manobra para segurar maiores altas na praça paulista. “Repare que o único estado em que o diferencial não está sensivelmente menor do que há 30 dias e um ano é Mato Grosso. Nos demais, a situação é complicadíssima. Temos casos, como Minas Gerais, em que esse diferencial está praticamente zerado, significando preços iguais aos de São Paulo”, salienta.
Para Bovo, caso a indústria queira manter o ritmo atual de produção, ficará difícil segurar a tendência de alta diante da oferta menor no curto prazo. Porém, se houver racionalização, com a diminuição do abate diário ou férias coletivas, essa pode ser uma sinalização para o arrefecimento dos preços. “Para quem quiser surfar essa onda com a segurança do preço mínimo garantido, a put de R$ 150 por arroba para outubro chegou a ser negociada até a R$ 0,75 por arroba e sem dúvida é uma ótima alternativa”, recomenda.
Como a arroba fechou o dia
A quinta-feira, dia 6, foi marcada por pouco movimento na comparação com o dia anterior. Em São Paulo, a cotação do boi gordo ficou estável e as escalas de abate giram em torno de cinco dias, já completando a programação da semana que vem.
Em destaque, estão os estados do Norte, onde a restrita oferta de animais confinados pressiona positivamente as cotações da arroba. No fechamento da quinta, a arroba do boi gordo subiu R$ 1 nas três praças pesquisadas no Pará. Desde o início da semana, a valorização acumulada foi de 0,8% no estado.
A expectativa, com o aumento do consumo pelo feriado, somado aos recebimentos dos salários, valorizou o mercado atacadista de carne com osso. Na comparação diária, a carcaça dos bovinos castrados está cotada em R$ 9,77 o quilo, o que significa aumento de 2,1% na comparação diária.
Boi gordo no mercado físico – arroba à vista
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- Araçatuba (SP): R$ 147
- Triângulo Mineiro (MG): R$ 143
- Goiânia (GO): R$ 135
- Dourados (MS): R$ 141
- Mato Grosso: R$ 126 a R$ 129
- Marabá (PA): R$ 132
- Rio Grande do Sul (oeste): R$ 4,35 (kg)
- Paraná (noroeste): R$ 146
- Sul (TO): R$ 133
- Veja a cotação na sua região
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Milho
O mercado brasileiro de milho teve uma quinta de lentidão, natural às vésperas de um feriado prolongado. A data foi de cotações estáveis. As tradings seguem muito atuantes no Brasil, com ótimo volume de negócios nas últimas semanas, destaca o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias.
Chicago
Na Bolsa de Chicago, a cultura fechou com cotações mais altas. O mercado manteve o movimento de recuperação deflagrado mais cedo, em meio aos sinais de demanda aquecida para o cereal norte-americano e de um quadro menos favorável às lavouras do país. Por outro lado, a queda do trigo e a ampla oferta global pesaram negativamente e limitaram os ganhos.
Milho no mercado físico – saca de 60 kg
- Rio Grande do Sul: R$ 43
- Paraná: R$ 38
- Campinas (SP): R$ 43
- Mato Grosso: R$ 28
- Porto de Santos (SP): R$ 42,50
- Porto de Paranaguá (PR): R$ 41,50
- São Francisco do Sul (SC): R$ 41,50
- Veja o preço do milho em outras regiões
Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) – bushel
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- Setembro/2018: US$ 3,53 (+1,75 cent)
- Dezembro/2018: US$ 3,66 (+1 cent)
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Soja
A oleaginosa encerrou a quinta com preços mistos. Na véspera do feriado, o mercado nacional teve comportamento misto diante da combinação de baixa do dólar com leve alta da soja em Chicago. O dia foi de boa movimentação de negócios no Sul.
Chicago
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam a quinta-feira, dia 6, com preços em leve alta, perto da estabilidade.
Parte do mercado buscou um movimento de recuperação técnica diante das perdas acumuladas recentemente. E elevação foi limitada pelo cenário fundamental, que combina ampla oferta, com expectativa de safra recorde nos Estados Unidos, com fraca demanda pela soja americana.
Nos subprodutos, a posição setembro do farelo fechou com ganho de US$ 4,80 (1.56%), sendo negociada a US$ 311,00 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em setembro fecharam a 28,16 centavos de dólar, com baixa de 0,02 centavo ou 0,07%.
Soja no mercado físico – saca de 60 kg
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- Passo Fundo (RS): R$ 87,50
- Cascavel (PR): R$ 86,50
- Rondonópolis (MT): R$ 80
- Dourados (MS): R$ 82
- Porto de Paranaguá (PR): R$ 94
- Porto de Rio Grande (RS): R$ 92
- Porto de Santos (SP): R$ 91
- Porto de São Francisco do Sul (SC): R$ 91
- Confira mais cotações
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Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) – bushel
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- Setembro/2018: US$ 8,26
- Novembro/2018: US$ 8,39
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Café
O mercado brasileiro teve um dia de preços pouco alterados. O dia foi arrastado na comercialização, na véspera do feriado do Dia da Independência. As perdas na Bolsa de Nova York e no dólar pressionaram, mas não tanto ante o ritmo lento na comercialização.
Nova York
A Bolsa de Nova York para o café arábica encerrou as operações desta quinta-feira com preços mais baixos. As cotações caíram diante dos fundamentos baixistas, com ampla oferta global, em ano de safra recorde no Brasil.
A entrada da safra de outras origens nos próximos meses, com boas produções, como é o caso do Vietnã e Colômbia, mantém as cotações sob pressão.
Tecnicamente, o mercado recuou após os ganhos acentuados do dia anterior, mas se mantém acima da linha de US$ 1 a libra-peso, sendo este ainda o suporte técnico e psicológico a ser rompido para o mercado testar níveis ainda mais baixos.
Londres
A Bolsa de Londres para o café robusta encerrou com preços mais baixos. O mercado recuou acompanhando a desvalorização do arábica em NY. A queda do petróleo contribuiu para a pressão sobre as cotações do robusta londrino.
Café no mercado físico – saca de 60 kg
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- Arábica/bebida boa – Sul de MG: R$ 420 a R$ 425
- Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: R$ 430 a R$ 435
- Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: R$ 360 a R$ 365
- Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): R$ 315 a R$ 320
- Confira mais cotações
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Café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) – libra-peso
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- Setembro/2018: US$ 97,95 (-2,15 cents)
- Dezembro/2018: US$ 102,20 (-1,60 cents)
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Café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) – tonelada
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- Setembro/2018: 1.540 (-US$ 27)
- Novembro/2018: 1.492 (-US$ 9)
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Dólar e Ibovespa
A cotação da moeda norte-americana fechou a semana com tendência de queda, fechando em baixa de 0,95%, cotada a R$ 4,1042 para venda. Apesar da queda nos últimos dois dias, o dólar acumulou uma alta de 0,78% na semana. Na parte final do pregão, a moeda norte-americana acelerou as perdas em relação ao real após o candidato Jair Bolsonaro (PSL) ser atacado com uma faca durante evento de campanha em Juiz de Fora (MG).
“A leitura dos investidores foi que o atentado agora reduz a força da esquerda, o que favoreceu os ativos no fim do pregão. A campanha de Bolsonaro também ganha força uma vez que ele tinha um tempo curtíssimo na propaganda eleitoral e agora, todos os noticiários darão destaque ao fato”, comenta o diretor da Mirae Corretora, Pablo Spyer. Os desdobramentos do atentado, com notícias não oficiais sobre o estado de saúde de Bolsonaro, levaram o dólar futuro a cair mais de 2% após o fim do pregão regular.
À véspera do feriado da Independência do Brasil, a queda também se deve à correção técnica, diz o analista da Correparti, Guilherme França, “seguindo o exterior, contribuindo para investidores desmancharem suas posições compradas”.
Lá fora, o dólar operou enfraquecido, ampliando os ganhos das moedas de países emergentes, corroborando para o alívio da moeda no mercado local, “sentindo respingo da Argentina, após notícias sobre o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI)”, diz o operador da Advanced, Alessandro Faganello.
O índice B3, da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), encerrou a semana em alta de 1,76%, com 76.416 pontos. No acumulado da semana, mais curta por causa do feriado do Dia da Independência, o índice acumulou uma queda de 0,58%.
Previsão do tempo para quinta-feira, dia 6
Sul
O tempo segue estável e sem previsão de chuva em todo o Sul do país. Ainda há condição para a formação de geada nas primeiras horas do dia nas regiões de serra entre o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e sul paranaense.
Sudeste
O tempo firme segue na região e não há condições para chuva na maioria dos estados, apenas condições para geada em pontos mais altos.
Mesmo com a presença do sol, no decorrer do dia, as temperaturas não sobem muito. Porém, a sensação de frio fica menor do que nos dias anteriores.
Centro-Oeste
A chuva avança um pouco mais sobre Mato Grosso, mas ainda se limitando a faixa norte. Nos demais estados, o tempo firme ainda prevalece.
Nordeste
A chuva segue sobre o Maranhão e norte do Piauí, assim como em todo o litoral leste, com acumulado mais expressivos nas faixas litorâneas da Bahia. Nas demais áreas, há predomínio de sol e queda de umidade do ar no meio da tarde.
Norte
Na sexta-feira, a chuva recua um pouco sobre o Tocantins, onde ocorre precipitação apenas no norte do estado. Entretanto, do Amazonas até o Pará, a chuva continua em forma de pancadas a qualquer momento do dia por conta do calor e umidade. A exceção fica novamente com o Acre e Rondônia, que seguem com tempo firme. Mesmo em locais onde o tempo é instável, as temperaturas ficam elevadas.