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Bombeiros resgatam dois homens soterrados por montanha de soja

Funcionários de cooperativa de São Paulo ficaram presos entre grãos dentro de silo; operação de salvamento levou 3 horas

Fonte: Corpo de Bombeiros de Avaré (SP)/divulgação

Dois funcionários da Cooperativa Holambra, em Paranapanema (SP), foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros no último sábado, dia 8, do interior de um silo contendo soja. Os homens foram retirados do local após uma operação de salvamento que levou cerca de três horas. Eles não tiveram ferimentos graves e foram liberados pouco tempo depois de receberem atendimento em um hospital da região.

Ainda não são conhecidas as causas do acidente, mas suspeita-se que a esteira do silo tenha sido ligada enquanto os trabalhadores estavam sobre ela, sendo “jogados” para dentro do silo. De acordo com o sargento Fabiano Crivelli de Ávila, do Corpo de Bombeiros de Avaré (SP), o reservatório estava com cerca de 25% de sua capacidade de armazenagem.

Os homens teriam caído no centro do silo, sobre cerca de 2 ou 3 metros de soja, mas rodeados por “montanhas” de até 10 metros de grãos. Um dos funcionários ficou quase completamente soterrado pela soja, apenas com a cabeça para fora; o outro ficou com a cabeça, parte do tronco e um dos braços acima do nível dos grãos, afirma o sargento.

Ele conta que três viaturas e oito bombeiros participaram do resgate. Além de membros da corporação de Avaré, também fizeram parte da ação bombeiros dos municípios paulistas de Itaí e Bauru.

O sargento Ávila afirma que inicialmente foi feita uma tentantiva içar os dois homens pelo alto do silo. Os bombeiros desceram por cordas e colocaram máscaras de oxigênio nos trabalhadores. Mas o resgate não pôde ser feito naquele momento por causa da pressão exercida pela soja sobre o corpo dos homens. Os dois foram então ancorados por cordas e protegidos por pranchas, numa espécie de barricada para conter os grãos.

Os bombeiros então usaram uma ferramenta hidráulica para cortar a lateral do silo pelo lado externo. “Foi preciso fazer um corte seco, sem produzir centelha, porque a soja solta um material inflamável, e poderia haver até uma explosão”, diz o sargento Ávila. O corte, afirma, começou a ser feito acima do nível dos grãos, para controlar o fluxo de saída da soja e não agravar o risco para os dois trabalhadores.

Com a retirada parcial de grãos, diminuiu a pressão sobre os homens e eles puderam finalmente ser içados. “Eles estavam muito nervosos, principalmente a vítima que estava quase totalmente coberta de soja. Foi um trabalho de grande dificuldade, mas felizmente tudo terminou bem”, diz o sargento Ávila. A cooperativa foi procurada, mas representantes da empresa afirmaram que foram orientados a não comentar o acidente.

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