O Brasil produz 30% mais borracha do que a média mundial, rendendo 1,3 tonelada por hectare contra 1 tonelada por hectare, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A produtividade de Goiás é ainda mais expressiva e varia entre 2 e 2,5 toneladas por hectare – ficando, pelo menos, 100% acima.
O consultor técnico da Associação Brasileira de Produtores e Beneficiadores de Borracha Natural (Abrabor), Aguinaldo Cunha, diz que esses números são fruto do alto uso de tecnologia. “Como são grandes projetos existem pesquisas intensas no segmento da heveicultura”, explica.
Histórico da cultura no país
A seringueira é uma árvore nativa do Brasil, mas é a Ásia que domina o mercado da borracha natural. Os produtores brasileiros produzem apenas 35% da demanda nacional, os outros 65% importados vêm da Indonésia, Tailândia, Malásia e Vietnã, países que juntos somam 70% da produção mundial. A indústria de pneus é a principal compradora.
No Brasil, Goiás é atualmente o 5º maior produtor, ficando atrás de São Paulo, Espírito Santo, Bahia e Mato Grosso. O clima seco do Cerrado contribui na produção, principalmente durante o período de enfolhamento das árvores.
“Nós temos um período seco e um período chuvoso bem definidos. E isso nos dá uma condição favorável contra o principal patógeno da cultura da seringueira, que ataca a seringueira no enfolhamento”, diz Cunha.
O investimento inicial é alto. São sete anos para que a seringueira fique produtiva. O grande problema para os agricultores hoje é a constante variação de preço do produto. “É uma cultura que tem um custo de produção alto, precisa de uma mão de obra especializada, e a gente não está tendo retorno na hora da venda”, conta o produtor rural Edvaldo Antonio Lopes.
O cultivo de seringueira é uma das atividades mais lucrativas do campo, mas mesmo assim, o Brasil depende de importação para abastecer a indústria local. Por isso, o setor que ajuda do governo para se tornar mais competitivo. “A gente gera emprego direto aqui no Brasil, paga impostos. É uma cultura de fundamental importância, além de ser um reflorestamento permanente. Uma cultura que tem um cunho de sustentabilidade muito grande, tanto no aspecto social, ambiental e econômico”, defende Cunha.