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Brasil chega a desperdiçar 40% dos alimentos produzidos

Além dos problemas comuns aos países em desenvolvimento, o hábito de consumo das famílias agrava ainda mais o quadro

Fonte: Pixabay

O Brasil está em posição mediana no panorama da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês) sobre perdas e desperdício na América Latina, mas apresenta boas práticas, como as centrais de abastecimento (Ceasas) e bancos de alimentos, que fortalecem e integram a atuação das unidades de segurança alimentar e nutricional. O grande problema pela frente, segundo o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, é que o país ainda desperdiça entre 10% e 30% dos alimentos produzidos, desde a colheita até o consumidor. Em alguns casos, esse número chega aos 40%.

“É ao longo da cadeia que acontecem distintas porcentagens de desperdícios”, afirmou Bojanic, que participou do seminário Sem Desperdício – Diálogos Brasil e União Europeia, promovido na terça, dia 31, no Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR) pela FAO, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a organização não governamental WWF-Brasil. O seminário reuniu especialistas da Dinamarca, Espanha, França, Holanda e Suécia, além de pesquisadores brasileiros e representantes do varejo e indústria nacionais.

De acordo com Gustavo Porpino, que é técnico da Embrapa e coordenador do projeto Sem Desperdício, é preciso avançar com a legislação brasileira sobre o tema e envolver todos os atores do final da cadeia alimentar, com foco na indústria de alimentos, setor de embalagens e varejo sobre a importância do engajamento no tema.

Porpino diz que existem atualmente cerca de 29 projetos de lei relacionados à redução de perdas e desperdício de alimentos tramitando no Congresso Nacional. “O mais antigo deles está em tramitação há 19 anos”, destacou.  No entanto, parte dos projetos estão defasados.

Um dos objetivos da iniciativa Sem Desperdício é buscar, por meio da união dos diversos elos da cadeia e em parceria com a União Europeia, dar mais visibilidade ao tema, mobilizar a sociedade e, com isso, “destravar” a tramitação dos projetos que têm mais potencial.

“É importante a gente aprovar projetos de lei que contribuam para o bem-estar social, para o consumidor de alimentos, mas que também não penalizem o varejo ou a indústria de alimentos”, afirmou Porpino.

O representante da FAO no Brasil observou a necessidade de aprimoramento da regulamentação das perdas ao longo da cadeia produtiva, desde a produção até o consumo, e da aprovação de projetos de lei pelo Congresso para orientar políticas públicas que venham a ser feitas. Ressaltou que o problema é tão grande que serão precisos maiores esforços e investimentos para diminuir as perdas que acontecem nas estradas. “O problema não é fácil. É uma combinação de mudança de atitudes com grandes investimentos, em alguns casos. Em outros casos, são investimentos menores, mas têm que ser feitos”.

Para isso, disse ser preciso uma boa legislação que incentive o crédito, a adoção de novas tecnologias e a mudança de hábitos, além de articular os interesses do setor privado da indústria de alimentos, da distribuição e dos supermercados com os interesses dos consumidores e da sociedade em termos gerais.

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