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Brasil e Vietnã assinam acordo bilateral que beneficia a agropecuária

Além de reduzir burocracias nos negócios diretos entre empresários, parceria prevê troca de sementes e raças animais entre os dois países

Aperto de mãos
Foto: Pixabay

O vice-primeiro-ministro do Vietnã, Vuong Dinh Hue, assinou nesta segunda, dia 2, no Itamaraty, três acordos internacionais com o governo brasileiro. Entre as medidas bilaterais acordadas, que beneficiam os setores de aviação, agropecuária e comércio exterior, foi assinado memorando que prevê intercâmbio de sementes e raças animais, informações técnicas e documentos entre os países, bem como organização conjunta de seminários técnicos, workshops, conferências e exposições setoriais, envolvendo especialistas e cientistas das duas partes, que poderão formular e implementar projetos de pesquisa na área agrícola.

“O comércio tem que ser ampliado entre as partes e anda quando a parte política decide que deve andar. Daqui para a frente os técnicos do Ministério da Agricultura, juntamente com os técnicos deles [vietnamitas] buscarão harmonizar mais a legislação dos nossos certificados fitossanitários e fazer com os negócios aconteçam pelas mãos dos empresários, como deve ser feito”, disse o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, após encontro privado com ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural do Vietnã, Ha Kong Tuan.

Segundo o governo brasileiro, um dos interesses do Vietnã é estabelecer uma cooperação com o Brasil na área de produção e comercialização de etanol.

Relação bilateral

Nos últimos 16 anos, o volume de trocas econômicas entre os dois países deu um salto expressivo, saindo de uma balança comercial de US$ 29 milhões em 2001, para US$ 3,9 bilhões em 2017. Esse resultado coloca o Vietnã à frente de parceiros tradicionais do Brasil na América do Sul, em termos de volume de comércio, como Peru (corrente de comércio de US$ 3,8 bilhões), Paraguai (US$ 3,7 bilhões) e Uruguai (US$ 3,6 bilhões).

De acordo com o vice-primeiro-ministro Voung Dinh Hue, somente entre 2016 e 2017, o comércio bilateral cresceu mais de 20%, com potencial de expansão. “O Brasil vai dar abertura a mais produtos do Vietnã, e o Vietnã ficará ainda mais aberto para importar produtos do Brasil”, destacou, em discurso no Itamaraty.

Com mais de 90 milhões de habitantes, o Vietnã tem crescido a uma média anual próxima de 7% desde 1990 e se consolidou com um dos mercados consumidores mais expressivos do Sudeste Asiático. O ministro Aloysio Nunes lembrou ainda que o país é um dos integrantes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), na qual a soma das riquezas dos seus países-membros é equivalente à da quinta maior economia do planeta.

“Tivemos nesse encontro a oportunidade de celebrar uma relação cada vez mais densa, mais abrangente de cooperação, de amizade, e de muito entendimento no plano político, uma vez que Vietnã e Brasil compartilham de uma visão comum sobre os principais temas da agenda global”, destacou o chanceler brasileiro durante declaração à imprensa ao lado do vice-primeiro-ministro vietnamita.