A ministra Tereza Cristina afirmou nesta segunda-feira, dia 6, que se China e os Estados Unidos não chegarem a um acordo, isso pode criar oportunidades de negócio para o Brasil com os chineses.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que irá aumentar em 25% as tarifas aplicadas a determinados produtos chineses vendidos no mercado norte-americano e que outros também podem ter as taxas reajustadas.
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“A gente precisa saber se isso foi um recado ou se isso vai ser efetivado. É claro que se os Estados Unidos e a China não entrarem num acordo e essas tarifas não voltarem ao que era antes, realmente é uma janela de oportunidade a mais para o Brasil”, disse a ministra, após participar da reunião do Conselho Superior do Agronegócio, na sede da Federação das Indústrias de São Paulo.
Caso os dois países firmem o acordo, uma das preocupações é que com a exportação da soja brasileira para a China. Os Estados Unidos são concorrentes no setor.
Tereza Cristina voltou a destacar que o Brasil também pode aumentar as vendas de carne para a China, que enfrenta um surto de peste suína africana. A doença já atingiu pelo menos 20% do rebanho de suínos dos chineses, maiores produtores e consumidores de carne suína do mundo.
“Os chineses vão ter que importar [carne] dos Estados Unidos, do Brasil e de outros países para suprir a sua demanda interna e hoje já tem um alto preço. O Brasil vai poder colaborar um pouco para que esses preços da carne na China possam ter patamares menores do que eles estão hoje e deverão ficar”, afirmou.
Na viagem à China, a ministra apresentará ás autoridades locais listas de plantas frigoríficas brasileiras com potencial de vender para os chineses. O objetivo, segundo Tereza Cristina, é ampliar o número de habilitados para exportação.
Reforma da Previdência
A ministra Tereza Cristina também defendeu a aprovação da reforma da Previdência, que tramita na Câmara dos Deputados. De acordo com a ministra, a reforma é importante para alavancar a economia brasileira.
“Acho que a reforma da Previdência não pode ser tão desidratada. É claro que o Congresso tem as prerrogativas porque, eu sou deputada federal e sei do que nós precisamos discutir e debater. Mas essa reforma não é de nenhum partido, não é de nenhum segmento, é uma reforma do Brasil. Então, nós precisamos ter isso em mente, porque estou certa de que isso irá fazer com que olhemos o futuro de maneira diferente”, disse.
A ministra afirmou também que irá repensar o modelo de funcionamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), priorizando estratégias de agronegócio. “A Conab é uma das empresas ligadas ao Mapa que temos que trabalhar hoje muito mais com inteligência e estratégias do agronegócio do que armazenando em armazéns, onde não tem sentido mais ter”.