Entidades ligadas à produção de camarão no Brasil prometem entrar na Justiça contra a liberação de importação de produto originário do Equador. A medida ainda não está em vigor, mas deve ser autorizada em breve pelo Ministério da Agricultura. A informação foi confirmada ao Canal Rural pelo secretário de Defesa Agropecuária, Luis Eduardo Rangel. A autorização deve sair até o fim deste mês. Na quarta-feira, dia 8, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, havia informado o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), Itamar Rocha, da decisão.
A principal reclamação dos criadores brasileiros é que a produção no Equador apresenta dez doenças de alto risco epidemiológico, segundo regras da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE). Sete dessas enfermidades ainda não são encontradas no Brasil. Os prováveis danos à carcinicultura (criação de camarões) nacional ligaram o alerta e a precaução do setor.
O secretário Luis Eduardo Rangel afirma que a importação não vai gerar riscos à produção, já que o produto será destinado exclusivamente ao consumo direto. “Existem algumas doenças, mas vamos mitigar riscos com a importação de camarão descascado, eviscerado e sem cabeça. Isso diminui o risco devido a indicação de consumo direto, protege as áreas de produção”, disse.
Mas o setor discorda e quer ir à Justiça caso a medida seja publicada. “O Ministério da Agricultura não tem controle de nada nas fronteiras. É um risco, um princípio da precaução que o Brasil não pode correr esse risco. Não tem justificativa. Qual é a razão? Nós nunca importamos camarão, não existe um registro de importação de camarão. Não tem lógica isso. Vai ser um desgaste muito grande para o governo, uma despesa muito grande para o setor, que é de micro e pequeno produtor, mas nós vamos fazer o possível e o impossível para que não aconteça esse crime”, afirmou Itamar Rocha, da ABCC.