A cadela Neca, uma pastora alemã, é a mais nova integrante da equipe de cães farejadores do Sistema de Vigilância Agropecuária (Vigiagro) no Aeroporto Internacional de Brasília – Presidente Juscelino Kubitschek. Em treinamento há dois meses, a cachorra de dois anos é “colega” do labrador Léo, que todos os dias vistoria centenas de bagagens no JK à procura de alimentos de origem vegetal ou animal. A missão é evitar a entrada de pragas no Brasil.
O trabalho feito com os cães começou há cerca de dois anos no aeroporto JK e, de lá para cá, os animais vistoriaram mais de 8 mil bagagens. O número representa 100% das bagagens que chegam em voos internacionais e o índice de acerto dos cães chegou a 96,7%.
O projeto dos cães farejadores já foi estendido ao Aeroporto Afonso Pena, em Curitiba. Lá, as bagagens são fiscalizadas pelo labrador Thor, também treinado em Brasília. O local é considerado vulnerável, em função da proximidade de fronteira.
A previsão é treinar dois cães por ano para atender a todos os aeroportos brasileiros. Até o final deste ano, Neca poderá ser transferida a São Paulo ou ao Rio de Janeiro, dependendo da necessidade desses locais.
Faro
A eficiência do trabalho se deve ao faro apuradíssimo, capaz de distinguir mais de 80 diferentes tipos de odores. Além disso, os animais têm mobilidade, agilidade e representam economia para o ministério. A próxima meta é construir o centro nacional de treinamento dos cães de detecção, possivelmente em Brasília.
Segundo o professor da Universidade de Brasília (UnB) e médico veterinário Cristiano Melo, os cães representam a possibilidade real de melhoria da vigilância agropecuária nos pontos de entrada do país. Os Estados Unidos têm 750 cães farejadores em suas fronteiras. “O Mapa tem que ampliar a vigilância agropecuária, atuando de maneira ostensiva, pela importância do agronegócio para o Brasil e o para mundo”, completou.