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Café especial: cuidados na hora do manejo podem fazer a diferença

O Canal Rural foi até a fazenda Cachoeira da Gama para conferir quais detalhes que podem aumentar a qualidade do grão e competitividade no mercado

Foto: Pixabay

Há mais de cem anos, os terreiros da fazenda Cachoeira da Grama, localizada na Serra da Mantiqueira, têm a importante missão de secar o café colhido na propriedade. Passo importante para a formação do café especial, a secagem pode ser realizada de diversas maneiras para se obter um produto ainda mais saboroso.

Segundo Guilherme Amado, gerente de café verde da Nespresso, não existe uma única receita para o sucesso, e cada cafeicultor deve experimentar qual método funciona melhor na propriedade. “As características do café natural, podem variar e com isso o tempo de secagem pode ser maior. Isso está ligado ao nível de umidade no grão. Para isso nós dependemos do material do terreiro, do sol e esse processo pode durar entre duas e três semanas até atingir este ponto ideal de umidade”, disse o gerente.

A propriedade no município de São Sebastião da Grama, fica acima de mil metros de altitude, fator importante que favorece a produção de cafés finos. Além disso, a variedade dos grãos também determinam a qualidade final. Como por exemplo o Bourbon amarelo, que surgiu no Brasil, é um dos arábicas que proporciona ótimas bebidas.

A doçura desse grão, vem atraindo o segmento de café em cápsula. A empresa Suíça Nespresso, pioneira no mercado, é responsável por adquirir parte da produção da fazenda. Em média a indústria compra produto de mais de dois mil cafeicultores brasileiros. “Hoje na maioria das nossas cápsulas nós temos cafés do Brasil, contribuindo com muita doçura, com  personalidade muito própria para o que nós temos no nosso café”, afirma Claudia Leite, gerente de cafés e sustentabilidade Nespresso.

O cafeicultor Cristiano Carvalho Ottoni faz parte da quinta geração de cafeicultores a trabalhar nas terras da fazenda Cachoeira da Grama, e um dos primeiros a exportar café de alta qualidade ainda na década de 1990.

“Começou com um grupo inicial de 11 produtores. A ideia era juntar forças para fazer marketing, e o começo foi mais difícil. A primeira viagem foi em destino aos Estados Unidos, para uma feira de cafés especiais. Na ocasião, comprei um livro que falava de todas as origens dos  produtos, e na parte do Brasil estava bem claro: Brasil, o maior produtor de café do mundo e tradicional produtor de café de baixa qualidade”.

Com persistência e oferecendo um produto cada vez melhor, o cafeicultor passou a exportar para vários países. A tradição aliada ao manejo cuidadoso faz a diferença, e para Cristino, a alta qualidade do café é um caminho sem volta e o país ainda tem muito a ganhar com isso. “ O consumidor que começa a consumir café especial ele não volta mais pro café commodity. E eu acredito que todo  produtor deveria acreditar, procurar melhorar a qualidade, estudar o mercado e tentar atingir. Afinal temos um futuro forte nesta linha de cafés especiais para o Brasil “ completou Cristiano.

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