Caminhoneiros decidem entrar em estado de greve, após terem ido a Brasília para acompanhar a votação do Projeto de Lei 528/2015 que cria uma política de preços mínimos para o transporte rodoviário de cargas. Eles deixaram a cidade frustrados nesta quarta-feira, dia 30, pois o projeto saiu da pauta, depois do pedido de vistas do deputado Edinho Bez (PMDB-SC) na Comissão de Viação e Transportes da Câmara.
“Um deputado da base governista chegou, pediu vistas, foi embora e nem continuou acompanhando o que estava acontecendo”, afirmou o caminhoneiro Gilson Baitaca, um dos líderes do Movimento União de Transporte Rodoviário de Carga.
A votação ficou para a próxima semana. Enquanto isso, os caminhoneiros decidiram entrar em estado de greve. Eles afirmam que as rodovias não serão bloqueadas no período, mas os motoristas podem deixar de fazer viagens e fretes.
Cerca de 50 caminhões ficaram estacionados nos arredores do estádio Mané Garricha desde a última segunda-feira, dia 28. Eles vieram em sua maioria dos principais estados produtores, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. De acordo com Baitaca, eles tinham autorização para realizar três carreatas. Só uma delas foi feita, na terça-feira, dia 29.
Nesta quarta, eles decidiram acompanhar a reunião na Câmara dos Deputados. A Polícia Rodoviária Federal deve escoltá-los até a saída de Brasília.
Projeto de lei
De autoria do deputado Assis do Couto (PDT-PR), o Projeto de Lei nº 528 deve estabelecer um preço mínimo para os fretes realizados pelo transporte rodoviário de carga. Gilson Baitaca afirma que os caminhões estão rodando no vermelho há três anos e sofrem com as oscilações do mercado.
Nos períodos de entressafra, por exemplo, há muita oferta de caminhões e os preços caem. Com a aprovação do projeto de lei, o líder dos caminhoneiros acredita que será possível manter um valor base para os profissionais se manterem.