Em Mato Grosso, os caminhoneiros mantêm os bloqueios nas rodovias federais em protesto contra o aumento de imposto sobre combustíveis, que se reflete no preço dos produtos. Os manifestantes cobram a participação da população, de comerciantes e, principalmente, dos produtores rurais na mobilização. Os motoristas afirmam que vão intensificar o movimento gradativamente, tornando-a mais radical até a próxima sexta-feira, dia 4, quando a intenção é barrar o trânsito de todo tipo de carga nas estradas mato-grossenses por tempo indeterminado.
Em reunião com produtores de Nova Mutum nesta quarta-feira, dia 4, o caminhoneiro Lademir Luiz Zago chegou a pedir que a população colaborasse com a mobilização, montando barreira na rodovia federal que corta o município.
O presidente do sindicato rural de Nova Mutum, Emerson Zancanaro, afirmou que o problema atinge igualmente agricultores, caminhoneiros, transportadores e o comércio em geral. “Essa taxação do óleo diesel vai estourar lá no campo, com o aumento do frete, por isso estamos reunidos para ver de que maneira poderíamos apoiar o movimento. Num cálculo grosseiro, esse aumento da taxação vai custar entre 0,5 e uma saca de soja a mais por hectare com combustível”, diz.
O produtor rural Nestor Poleto acredita que a bandeira dos motoristas seja justa. “Acho que toda a sociedade está indignada com o que o país está passando. Precisamos levar isso de uma maneira ordeira, ter responsabilidade nos atos na forma de como conduzir isso”, afirma, em relação às manifestações.
Zago afirma que o apoio poderia vir na montagem de barreiras, colocação de máquinas na pista para impedir o trânsito, assim como fechamento de lojas e de postos de combustível. A intenção dos organizadores da mobilização é que todos os municípios às margens da BR-163/364 participem do protesto, que já atinge vários pontos de Mato Grosso, como Vila Rica, Barra do Bugres, Barra do Garças e Sinop. Em Sorriso, os manifestantes usaram pneus velhos e cones para impedir a passagem de veículos de carga.
Apesar das longas filas formadas por conta do bloqueio, os organizadores consideram que o ato tem apenas o objetivo de orientar quem utiliza a rodovia. “Estamos fazendo dessa forma nesses três dias para o caminhoneiro se organizar e deixar o seu caminhão em casa e não ficar à beira da rodovia. A partir de sexta-feira, carga nenhuma passa”, diz Alexandre Schueroff, da organização.