Minas Gerais enfrenta um surto de febre amarela e já decretou situação de emergência. No estado, já foram constatadas 25 mortes, num total de quase 300 casos suspeitos da doença. A Secretaria de Saúde mineira recomenda que quem mora ou viaja para a área rural deve ser vacinado.
O advogado Antônio Lianza e a comerciante Solange Ribeiro vão viajar de São Paulo para Minas Gerais. Uma viagem que eles já fizeram várias vezes, mas desta vez será diferente. Uns dias antes de partir, eles vieram ao ambulatório de um hospital para receber a vacina contra a febre amarela.
“Por conta das reportagens que nós estamos acompanhando, ficamos preocupados. Esse foi o motivo de virmos aqui tomar a vacina contra a febre amarela”, diz Lianza. “A gente viaja para lá normalmente, mas desta vez tomamos precauções porque estamos ouvindo muito sobre”, completa Solange.
A vacina é indicada para quem viaja para áreas de risco da doença. Quem mora na zona rural deve redobrar a atenção e procurar a vacina. “Hoje no Brasil nós só temos o ciclo silvestre da doença. O vírus é passado de mosquitos que habitam a floresta para os macacos. Eventualmente o ser humano que não está vacinado pode se infectar com o vírus”, diz o médico infectologista Jessé Reis Alves, coordenador do Núcleo de Medicina do Viajante do hospital Emílio Ribas, em São Paulo.
A situação mais grave é em Minas Gerais. O surto da doença ocorre nas regiões de Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Manhumirim e Teófilo Otoni. São mais de 53 mortes suspeitas em um total de 206 casos que estão sendo investigados pela secretaria de saúde de mineira. Também há casos suspeitos no Espírito Santo e uma morte registrada em São Paulo.
Notícias Relacionadas
Os sintomas da febre amarela são: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos. Nos casos mais graves podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia e sangramentos.
“A doença tem um período de 3 a 6 dias de incubação, e a vacina começa a produzir anticorpos depois do décimo dia que a pessoa recebeu a vacina. Por isso, não pode tomar a vacina e já ir pro local. Tem de aguardar os dias”, alerta o médico infectologista Marcos Vinicius da Silva.
Além da vacina, alguns cuidados podem ajudar na prevenção da febre amarela. “Para quem mora em áreas com o mosquito, é recomendável o uso de mosquiteiros, que deve ser preso sob o colchão para não sair com o movimento do corpo”, recomenda Silva.
Por fim, o infectologista dá uma noção do perigo. “A febre amarela é uma doença que mata, que tem uma letalidade muito alta e que não tem uma medicação específica. O mais eficaz é a prevenção.”
