A Companhia das Cooperativas Agrícolas do Brasil (CCAB) lançou, nesta sexta-feira, dia 5, sua plataforma de atendimento a não-acionistas, a Cropline. A iniciativa faz parte da estratégia de expansão da companhia, que estima que o negócio passará a representar, já na implementação, em torno de 12% do seu faturamento, atingindo regiões produtoras nas quais ainda não estava presente, como o Sul e o Sudeste do país.
A CCAB é uma empresa formada por produtores rurais, de registro e comercialização de defensivos químicos genéricos e de agentes biológicos para as lavouras. Atualmente, representa 55 mil agricultores no Brasil e, em 2016, teve parte das suas ações adquiridas pelo grupo francês InVivo, uma também plataforma cooperativista, que congrega a quase totalidade dos agricultores franceses.
“Cooperativas agrícolas, revendas e consumidores finais poderão ter acesso aos produtos CCAB, que são reconhecidos pela qualidade e pelo preço competitivo”, explica Jones Yasuda, CEO da companhia. Segundo ele, embora sejam os mesmos produtos comercializados, o que diferencia o público da Cropline dos acionistas da CCAB são os dividendos, distribuídos apenas aos segundos.
Antes da Cropline, quem não era acionista não podia comprar os produtos, exceto em negociações pontuais. “Ter mais essa opção, no momento em que a indústria de agroquímicos mundial está cada vez mais concentrada em grandes conglomerados, é fundamental para o agricultor e muito saudável para o mercado”, afirma Yasuda.
Para esta implantação, a companhia investiu em uma rede de representantes técnicos em estados em que ainda não atuava, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Até então, o alcance da companhia estava limitado aos estados de Bahia, Mato Grosso e Norte do Mato Grosso do Sul, e o portfólio era majoritariamente voltado para defensivos químicos e biológicos para soja, milho e algodão. Além destes, os clientes dos novos mercados poderão dispor também de soluções para proteção de cultivos para culturas que, até então, não estavam entre as prioridades da empresa, como arroz, frutas, hortaliças e cana-de-açúcar.
Missão
Yasuda diz ainda que, por ser uma empresa em que agricultores são, ao mesmo tempo, fornecedores e clientes, a CCAB tem uma responsabilidade diferenciada com relação ao agro brasileiro. “Nossa missão é ser referência em soluções para a produção de alimentos no Brasil, contribuindo para que o país possa exercer o protagonismo no mundo, nesta que é uma função estratégica para a humanidade”, afirma.
O CEO cita a previsão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), segundo a qual, nos próximos dez anos, a população mundial terá um incremento de 1,2 bilhão de pessoas, e caberá ao Brasil a responsabilidade de prover 41% da demanda adicional por alimentos e têxteis. “É impossível cumprir essa meta sem uma boa estratégia de proteção de cultivos”, afirma.
Para o presidente da Bioline by InVivo, Laurent Martel, a demanda por alimentos no mundo fará do Brasil um dos maiores provedores a enfrentar o desafio de aumentar a produção. “Enxergamos muito potencial para os nossos produtos no país diante deste contexto, e encontramos um parceiro que tem o DNA muito semelhante ao nosso para essa missão. Tanto InVivo quanto CCAB são empresas que pertencem e atendem aos agricultores, desenvolvendo soluções sob medida para as necessidades deles”, diz Martel.
A InVivo é a União das Cooperativas da França e atua em múltiplas frentes e países, em setores como agricultura, alimentação animal, varejo e vinhos. A Bioline funciona como braço agrícola da companhia, com foco nas atividades de sementes e proteção de cultivos, desenvolvendo novos negócios, orientados para bio-soluções, smart farming e seguros.