Uma pesquisa realizada no Cerrado de Minas Gerais está testando 12 novas cultivares de café. O objetivo é identificar qual variedade se desenvolve melhor em cada microrregião e elaborar uma cartilha de orientação para os produtores. A pesquisa começou em 2016, em uma fazenda experimental localizada em Patrocínio (MG), na região do Alto Paranaíba. Além dela, outras 27 propriedades de 12 municípios do Cerrado mineiro aderiram ao projeto, que vai ser estendido até 2021.
O estudo vem sendo feito por pesquisadores da Fundação de Desenvolvimento do Cerrado Mineiro (Fundaccer), em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e a Federação dos Cafeicultores do Cerrado. Desde o plantio da lavoura, todas as informações do cafezal, como precipitação, adubação e controle de doenças, são observadas e anotadas em uma planilha.
Segundo o coordenador da pesquisa, João Paulo Felicori, o objetivo é avaliar o comportamento de cada variedade em diferentes regiões do estado. “No final do projeto, vamos ter a informação de qual cultivar foi bem em tal região, se ela foi bem com irrigação ou melhor em sequeiro, qual teve a melhor qualidade de bebida em determinada região, etc.”, diz.
Ao todo, nove cultivares da Epamig e três de outras instituições, com padrão de produtividade e qualidade de bebida, foram enviadas para os produtores que participam da pesquisa. As análises ficam por conta dos pesquisadores, que checam desde o desenvolvimento inicial da planta, como altura, diâmetro, até a etapa seguinte, com medições de produção e análise sensorial do café. O teste sensorial terá como parâmetro de qualidade o café bourbon-amarelo, e o de produtividade, o catuaí 144.
A pesquisadora Larissa Fassio, responsável pelas avaliações, afirma que o estudo vai definir qual cultivar teve maior pontuação e apresentou atributos mais desejáveis para o mercado de cafés especiais da região.
O cafeicultor José Lucas, de Patrocínio, proprietário de umas das fazendas selecionadas para a pesquisa. A lavoura que faz parte do estudo é mantida em sistema de sequeiro e será colhida em 2019. Ele acredita que as informações obtidas irão fazer grande diferença nas safras futuras.
“Com esse projeto, a gente vai entender quais são as variedades mais produtivas, se alguma demanda um custo maior, se alguma vai te demandar um trato cultural maior, isso tudo vai ser avaliado nas 12 cultivares, mas pensando sempre na produtividade”, afirma.