Após a Comissão Europeia aprovar a fusão entre a Dow Chemical e DuPont nesta segunda-feira, a expectativa é de que a próxima fusão autorizada pelo órgão antitruste da União Europeia seja a da ChemChina com a Syngenta. Enquanto isso, a Bayer e Monsanto podem enfrentar dificuldades, segundo analistas.
Conforme fontes, a estatal chinesa espera também receber a aprovação do órgão para a compra da fabricante suíça de pesticidas e sementes. A comissão determinou o dia 12 de abril como prazo para divulgar a sua decisão.
Já a Bayer ainda não iniciou oficialmente o processo de revisão de seu processo de fusão com a Monsanto, apesar de já estar dialogando o órgão antitruste da União Europeia. A perspectiva é de que a empresa registre o pedido de analise no segundo trimestre deste ano.
Segundo analistas, as duas gigantes poderiam enfrentar dificuldades para conseguir aprovação. Por se tratar do último processo, o órgão antitruste da UE pode ser mais rigoroso nas condições, como na venda de ativos, dado o cenário do mercado que tende a estar mais concentrado quando as empresas notificarem a sua fusão.
“A Comissão da União Europeia sempre trabalhou com o principio da ordem de chegada, o que significa que aqueles que vêm mais tarde terão de ser medidos em relação à situação do mercado naquele momento”, disse a chefe do órgão antitruste do bloco, Margrethe Vestager, em entrevista, nesta segunda-feira.
Margrethe disse, entretanto, que os três negócios são “bem diferentes, com problemas distintos e que levantam preocupações diferentes”, mesmo estando no mesmo setor, o de defensivos agrícolas. No caso da Dow e Dupont, a comissão se posicionou favorável ao acordo porque as companhias se mostraram comprometidas em resolver as preocupações do regulador, acrescentou.
A fusão entre a Dow e Dupont foi anunciada em dezembro de 2015. A operação cria a DowDuPont, uma gigante com valor de aproximadamente US$ 130 bilhões. A DowDuPont será posteriormente dividida em três empresas distintas, com foco em agricultura, materiais industriais e produtos especiais. As companhias esperam que o negócio seja concluído no primeiro semestre deste ano.
Os acordos de fusão no setor estão enfrentando uma análise bastante minuciosa por parte de órgãos reguladores, que avaliam seus possíveis impactos sobre a concorrência e investimentos em inovação no setor.