China pode prejudicar PIB do terceiro trimestre

Desaceleração econômica pode afetar exportações brasileiras, diz Ocepar

Fonte: Suelen Farias/Canal Rural

A desaceleração da economia chinesa pode causar impacto negativo no Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária brasileira no terceiro trimestre de 2015, avaliou o assessor técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) Robson Mafioletti.

A China é um dos principais compradores da produção brasileira e, principalmente em relação à soja, o recuo da demanda do país asiático pode influenciar os próximos resultados.

• Milho segunda safra pode impulsionar PIB no segundo semestre

Para Mafioletti, o crescimento da produção brasileira de grãos e a desvalorização do real sustentaram o PIB do setor no segundo trimestre deste ano em relação a igual período no ano passado.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na mesma comparação, a alta do PIB da agropecuária é de 1,8%. Em relação ao primeiro trimestre deste ano houve queda de 2,7%.

Mafioletti destacou a colheita de 208,8 milhões de toneladas (7,9%) na safra 2014/2015.

– Algo muito próximo deste avanço irá refletir em valor monetário para o setor. O que impulsionou foi a safra de soja que está muito maior este ano. Apesar dos preços internacionais terem registrado queda, o câmbio está compensando aqui – disse.  

O real desvalorizado torna o produto brasileiro mais atrativo no mercado internacional e estimula a exportação. Em 2015, a moeda norte-americana acumula alta superior a 34% ante o real.

Apesar do fator China, Mafioletti acredita que a agropecuária seguirá se destacando dos demais setores da economia que registraram queda no período.

– O trigo deve se manter estável. Já o setor de carnes está indo muito bem por causa dos embarques, apesar da queda no consumo interno de proteína bovina e acomodação dos preços – afirmou.

Ele fez uma ressalva em relação ao café.

– Há alguns problemas no setor, mas no global o agro é um dos poucos setores que vai segurar o nosso PIB – concluiu.