A colheita do algodão está a todo vapor no Oeste da Bahia, região que concentra 98% das áreas produtivas do estado. De acordo com estimativa da Abapa, Associação Baiana dos Produtores de Algodão, a média de produtividade no estado deve ficar em 320 arrobas por hectare, cerca de 20 arrobas a mais do que o registrado no ano passado. A expectativa é de colher 600 mil toneladas em pluma na safra 2022/2023.
Na Fazenda Santa Izabel, a colheita deve ir até o fim da primeira quinzena de setembro, de acordo com o gerente Samoel Carvalho. De acordo com ele, na área que tem 8.400 hectares, são colhidos cerca de 200 por dia.
“Nós temos 40% da área acolhida com uma média de produtividade acima da esperada, em torno de 340 arrobas”, conta o gerente.
Na Bahia, o desafio é finalizar a colheita até o dia 20 de setembro, prazo máximo estabelecido pelos órgãos reguladores para a destruição das soqueiras pelos cotonicultores.
De olho no mercado
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, a Abit, a Bahia representa 20% da produção nacional, e a boa avaliação dos produtores no campo anima o mercado consumidor dentro e fora do país.
“O trabalho que começa lá atrás, na escolha da semente e planejamento da adubação, é reconhecido agora quando a gente colhe”, afirma o produtor Paulo Schmidt.
Segundo Schmidt, a qualidade do algodão baiano mostra que o estado está preparado para competir com outros produtos no mercado internacional.
A ideia é compartilhada pelo presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi. Segundo ele, o principal mercado externo atendido está na Ásia, que responde por quase 95% das exportações brasileiras. Compradores para os quais a qualidade e a sustentabilidade da produção são fatores decisivos para a compra.
Já na visão do presidente da instituição que representa a indústria têxtil nacional, o algodão baiano tem ainda a vantagem de chegar no mercado na hora certa para a comercialização.
“A safra baiana encontra o país na entressafra. Portanto, ela é muito importante para abastecer a indústria em um período mais crítico”, diz Fernando Pimentel.
Com a finalização da colheita, os olhares se voltam já para o próximo ciclo, onde se vêem mais oportunidades para o cotonicultor e para o produto baiano.
Segundo o presidente da Abapa, o algodão agora está no mesmo patamar de competitividade com a soja e o milho, sendo uma opção interessante para a próxima safra.
“Nossa estimativa é que a área implantada nesta safra seja mantida ou que haja uma pequena melhora para a próxima”, diz Luiz Carlos Bergamaschi. Em 2022/2023, a área planta de algodão no estado foi de 312.560 hectares.
Quer participar do Canal Rural Bahia? Tem alguma ideia, inovação agrícola ou sugestão de pauta? Clique aqui e envie para o nosso WhatsApp!