A expectativa de uma safra de soja superior do que a do ano passado faz com que os produtores fiquem atentos às oportunidades de negócio na temporada, principalmente com as movimentações no mercado internacional. Diante disso, o recomendado por alguns especialistas durante congresso realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo, nesta terça, dia 18, é investir em produtividade e apostar em linhas de crédito que possibilitem o adiantamento da safra.
“O que o produtor tem mais acessado hoje é o pré-safra. A gente tem notado que o setor financeiro tem reduzido um pouquinho o custeio, o acesso ao produtor e ele tem apresentado um pouco mais de dificuldade pra acessar esse recurso esse ano, em decorrência do seu endividamento, mas uma linha que tem crescido é adiantamento de safra, onde o produtor consegue se capitalizar e se financiar para todo o período de safra dele”, disse Wanderly de Souza, gerente de crédito e cobrança da Algar Agro.
Conseguir crédito, no entanto, não está fácil, conforme relata Renata Macedo Buranello, sócio da Demarest Advogados. “Os bancos estão mais restritivos, a gestão de riscos mais chata, e, portanto, com os limites que eles têm de regulação, Basiléia e outras questões. O crédito privado está cada vez mais difícil”, disse.
Um sistema de monitoramento por satélite feito pelos bancos para verificar as propriedades antes de conceder os financiamentos e medidas de segurança que os produtores devem ter na hora de contratar o crédito também foram temas abordados no seminário, além, é claro, dos fatores climáticos, que interferem diretamente na produção.
“O fator climático foi o pior fator desse ano, pois foi o que mais jogou a produção pra baixo, aumentando o endividamento do setor e diminuiu automaticamente a receita. Tendo uma diminuição de receita, a conta não fechou, principalmente no Nordeste e algumas regiões de safrinha”, finalizou Wanderly.