Com medo de uma nova chacina, moradores do assentamento Taquaruçu do Norte, no município de Colniza, em Mato Grosso, estão deixando a região, informou nesta terça-feira, dia 25, a Comissão da Pastoral da Terra (CPT). A entidade vem atuando no local desde o dia 19, quando adultos, idosos e crianças foram atacados por “encapuzados”, e nove pessoas foram assassinadas. A área fica a 1.065 quilômetros de Cuiabá, na região noroeste do estado. O povoado hoje está praticamente vazio, diz a CPT.
A Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso deslocou uma equipe de investigadores e peritos de Cuiabá para reforçar as investigações na região. A força-tarefa tem 32 profissionais, sendo 19 policiais militares, quatro policiais civis, quatro peritos, três bombeiros militares e dois pilotos da Coordenação Integrada de Operações Aéreas, além de seis viaturas das polícias Militar e Civil, cinco caminhonetes emprestadas, um avião, dois barcos e uma motocicleta.
Segundo a CPT, os conflitos são constantes na região. Em 2004, famílias foram expulsas de outro assentamento em Taquaruçu do Norte por homens fortemente armados, conforme relatos, os mesmos que ainda teriam destruído plantações de 185 famílias que habitavam a região.
Em nota divulgada nesta terça, a comissão se solidariza com as famílias das vítimas da chacina, “que denota requintes de crueldade”, e diz que o clima tenso assola a localidade intimidando os poucos moradores que ainda permanecem em Taquaruçu do Norte.
A Pastoral informou que continua acompanhando as famílias e que espera respostas do caso nas apurações da polícia. A polícia disse que as investigações ocorrem em sigilo.