Além dos pedidos de aceleração da reforma agrária, neste ano, a jornada de lutas do movimento também protesta contra a Lei da Terceirização (PL 4330), em votação no Congresso Nacional. Os manifestantes também são contra a redução da maioridade penal e defendem a reforma política, o fim do financiamento privado de campanhas e a taxação de grandes fortunas.
Sudeste
Cerca de 200 pessoas trancaram a rodovia que liga São Paulo ao Pontal do Paranapanema nesta quinta, dia 16. Os manifestantes exigem a criação de mais assentamentos, maior agilidade do poder judiciário para liberar a desapropriação de terras, infraestrutura para os assentamentos, mais créditos, construções de casas, entre outros assuntos.
Durante a madrugada desta quinta, cerca de 700 pessoas ocuparam a Usina Nova União e, pela 13ª vez, a fazenda Martinópolis, em Serrana, interior de São Paulo. As famílias exigem a adjudicação imediata da fazenda que deve cerca de R$ 300 milhões em ICMS para o governo do estado.
Em Vitória, capital do Espírito Santo, os sem-terras protestaram nas proximidades da rodoviária, em frente ao acesso que liga a capital à Ilha do Príncipe. A polícia militar do estado reprimiu os manifestantes com bombas de efeito moral e balas de borracha, segundo a assessoria do MST.
Sul
Em Porto Alegre, manifestantes se reuniram em frente à Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) para protestar contra o lobby feito por empresários na última semana, quando a Câmara Federal aprovou a lei das terceirizações.
No interior do estado, 1.500 pessoas invadiram uma propriedade em Tapes durante a madrugada. A Brigada Militar informou que monitora a situação, mas não pode negociar pois o proprietário ainda não pediu reintegração de posse. Na fazenda se encontra apenas o gerente, que diz que entrará com o pedido ainda hoje.
Centro-Oeste
Na última terça, dia 14, cerca de 600 integrantes do MST ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Cuiabá.
Nordeste
Em Alagoas as rodovias a BR-316, BR-101, em Flexeiras e a BR-104 na cidade de União dos Palmares, estão bloqueadas desde o início da manhã. Já no Agreste, cerca de 400 trabalhadores e trabalhadoras ocupam a sede da Águas do Agreste em Arapiraca (CAB), empresa responsável pela gestão de abastecimento de 10 cidades da região. Os manifestantes afirmam que a CAB beneficia a empresa de mineração Vale Verde em vez da população destas cidades.
Na Paraíba, cerca de 1.500 famílias ocuparam a sede do Incra na manhã de ontem. Nesta quinta eles seguiram em caminhada até a sede da Caixa Econômica Federal aonde tentam uma reunião para discutir a liberação de recursos para os assentamentos.
Norte
Cerca de 300 integrantes do MST, ocuparam nessa quarta, dia 15, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na cidade de Belém (PA). Reuniões já foram marcadas com a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Instituto de Terras do Pará (Iterpa), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), e Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Pará (SEMA), e com a prefeitura do município.
Edição de Gisele Neuls