Valmir Pozzato tinha 38 anos. No sábado, dia 6, ele comemorava a colheita de milho em uma fazenda no distrito de Santo Antônio do Rio Bonito, em Nova Ubiratã (MT). De repente, um barril de chope explodiu, matando Valmir e deixando a cidade de luto.
A colheita bem-sucedida era um motivo justo de comemoração. Afinal, vinha do milho a renda que alimentava a família do produtor. Ele era casado com Lucia Neide Pozzatto e pai de três filhos, todos meninos. Um de 13 anos, outro de 8 e um caçulinha com apenas 1 aninho de idade.
Segundo amigos e familiares, Valmir era uma pessoa doce, muito alegre, realizada e que amava a lavoura. Era um pai amoroso e dedicado à família. Muito solidário com as pessoas, amava esporte, gostava muito de jogar bola, ajudava a igreja e a escola da comunidade, no distrito de Santo Antônio do Rio Bonito, cerca de 60 km do centro de Nova Ubiratã-MT.
Além de mulher e filhos, Valmir dividia a casa com seus pais, de quem ele cuidava com muito amor e carinho e tinha profunda admiração. A mãe se chama Helena, e o pai, André. Dona Helena já fez parte da vida política do município, onde foi vereadora.
Fé
Localmente, a família do produtor é conhecida por ser extremamente religiosa e de princípios, com muitas virtudes, dedicação, perseverança e união. Por mais negociações que gerasse, todas as decisões era de comum acordo.
Valmir era o caçula de sete irmãos, cinco homens e duas mulheres. Junto com os pais, todos vieram do Paraná para tentar a sorte em Mato Grosso, onde chegaram no dia 26 de julho de 1981.
Foram praticamente os pioneiros da região. No início, abriram uma madeireira e começaram a criação de gado. Logo ganharam respeito no lugar. Em 1999, começaram a se dedicar à agricultura e a adquirir terras. Hoje, juntos, possuem uma área de 2.000 hectares, 400 deles arrendados. Toda a propriedade é ocupada com a lavoura, que se divide ao meio entre o milho e a soja.
“Valmir fazia de tudo na fazenda. Trabalhava no plantio, na colheita, até no transporte dos grãos. Era ele quem dirigia os caminhões. Amava a agricultura e era muito dedicado. Era o nosso braço direito no trabalho”, lembra o irmão Valdecir, ainda bastante emocionado.
Além da família, Valmir era muito querido pelos amigos. “Era um menino simples, que cativava facilmente as amizades. Uma excelente pessoa, era praticamente um irmão para mim”, diz Neivo Aparecido Fonseca, um dos melhores amigos do produtor.
Explosão e investigações
Naquele sábado, a família estava reunida com amigos para comemorar o resultado positivo da colheita de milho. “Estávamos fazendo um almoço. No momento em que serviam o chope, aconteceu o acidente. O barril estourou na frente de todos, e parte dos estilhaços acertou a cabeça do Valmir, que, infelizmente, morreu na hora”, afirma Eli Aparecida Vian Pozzato, cunhada do produtor.
Segundo a família, o barril havia sido alugado de uma distribuidora no município de Sorriso. Pessoas que participaram da confraternização contam que a chopeira apresentava problemas. Após o acidente, o que sobrou do barril foi recolhido, e uma perícia será realizada para descobrir as causas da explosão.
As investigações estão sendo a cargo da Polícia Civil. “Devemos fazer tudo certo, porque o acidente teve uma vítima fatal. E a família dele precisa ser amparada”, diz a cunhada de Valmir.