Um conselho formado por representantes das comunidades, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Arquidiocese de Mariana, Associação Comercial, prefeitura e Instituto Federal de Minas Gerais se reuniu-se na noite desta segunda, dia 4, em Mariana, em Minas Gerais, para definir o destino das doações feitas às vítimas do rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, ocorrida no dia 5 de novembro.
As contribuições, que somam mais de R$ 1 milhão, serão aplicadas para que as crianças estudem. Os casais sem filhos também terão direito a uma parte do valor. Segundo a prefeitura, o dinheiro será dividido igualmente entre as crianças, independente da quantidade de filhos por família. Os casais que não tem filhos receberão o valor de uma criança.
O prefeito de Mariana, Duarte Júnior, informou que recebeu doações de pessoas famosas. Ele disse que destinará o valor para uma poupança em nome de cada criança, que só poderá usar o dinheiro ao completar 18 anos. “Recebemos um agasalho doado pelo ex-jogador de futebol Zico, do Flamengo, um relógio do apresentador Faustão, um livro de receitas da apresentadora Ana Maria Braga e outros objetos. Vamos fazer um leilão com esses itens e o valor será depositado em uma caderneta de poupança para as crianças”, disse o prefeito.
Está sendo realizado um levantamento junto aos órgãos responsáveis para estimar a quantidade de crianças da região. A informação de quantas crianças e do valor destinado a cada uma delas será divulgada após nova reunião do conselho, marcada para a próxima segunda-feira, dia 11, às 17h, na prefeitura de Mariana.
Tragédia
Dois meses depois do rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, em Mariana, região histórica de Minas Gerais, nenhum laudo foi divulgado. Em 19 de dezembro, a Justiça Federal determinou o bloqueio de bens da BHP Billiton Brasil e da Vale, proprietárias da mineradora Samarco.
As empresas têm até o próximo sábado, dia 9, para elaborarem estudos de mapeamento dos diferentes potenciais de resiliência dos 1.469 hectares diretamente atingidos, com objetivo de se averiguar a espessura da cobertura da lama, a eventual presença de metais pesados e o PH do material, bem como a adoção imediata de medidas para a retirada do volume de lama depositado nas margens do Rio Doce, seus afluentes e as adjacências de sua foz. O juiz fixou em R$ 150 mil a multa diária por descumprimento das medidas. Se o depósito de R$ 2 bilhões não for efetuado, a multa será majorada para R$ 1,5 milhão por dia de atraso.
No dia 5 de novembro, a barragem do Fundão, em Mariana (MG), se rompeu e formou uma onda de lama que destruiu o povoado de Bento Rodrigues, atingiu o Rio Doce e percorreu cerca de 680 quilômetros até a foz em Linhares (ES).