Está pensando em investir na criação de ovinos? Então fique sabendo que o uso de confinamento na atividade, segundo estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), traz aumento nos índices de produtividade, melhorando o desempenho dos animais e a qualidade da carne.
Mas os custos de produção elevados requerem planejamento. Fatores como alimentação e animais de maior potencial genético devem ser levados em consideração no sistema intensivo para diminuir o tempo de confinamento e os gastos.
Para ajudar o pecuaristas no momento de escolher a raça com a qual trabalhar, pesquisadores da Embrapa Pecuária Sudeste avaliaram ovinos de quatro raças puras (white dorper, ile de france, santa inês e texel) e frutos de cruzamentos dessas raças com santa inês, para saber quais apresentavam melhor desempenho econômico.
Experimento
O estudo foi conduzido na Embrapa Pecuária Sudeste com cerca de 170 cordeiros machos, não castrados e recém desmamados. Os animais foram distribuídos em quatro tratamentos, em diferentes idades ao desmame (60 ou 90 dias) e dois pesos finais 32 kg ou 38 kg.
Após o desmame, foram confinados em baias individuais. A formulação da dieta oferecida no confinamento foi de 60% de silagem de milho e 40% de concentrado.
Para o acompanhamento e determinação dos pesos finais, os cordeiros foram pesados semanalmente até atingirem o peso pré-estabelecido para cada animal.
O tempo de permanência no confinamento foi calculado somando-se os dias em que cada animal recebeu alimentação no confinamento menos 10 dias de adaptação às baias e à dieta.
Análise
Os melhores resultados do ponto de vista econômico no confinamento foram com as raças ile de france, white dorper, santa inês e o cruzamento meio sangue ile x santa inês. “Todos apresentaram baixo custo à desmama. O custo do cordeiro à desmama é a variável que mais impacta o resultado econômico do confinamento”, avalia o pesquisador Oscar Tupy.
Ele pondera que se deve levar em conta as condições de clima e manejo às quais foram submetidos todos os grupos genéticos. “Obviamente, este trabalho necessita ser replicado em vários ambientes de produção. Mas com base neste estudo, que durou um ano, o melhor desempenho econômico ficou com o grupo genético ile de france, seguido pelo white dorper”.
Em relação aos tratamentos, o trabalho identificou que a melhor idade à desmama foi de 90 dias e peso final de 38 kg (peso vivo). Para o pesquisador Tupy, o acréscimo no custo à desmama aos 90 dias é pequeno em relação ao da desmama aos 60 dias. Além disto, o maior peso à desmama dilui o custo das matrizes aos 60 e 90 dias de desmama.