Entidades do setor de proteína animal em Santa Catarina demonstram preocupação com o encarecimento dos custos de produção, principalmente por conta dos grãos, para a avicultura e a suinocultura.
Na avaliação do presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav) e diretor do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne), José Antônio Ribas Júnior, “a agroindústria enfrentará muitos desafios em 2021.”
Dos custos, o que mais chama atenção são os insumos para alimentação animal. Ribas comenta que a saca de milho se valorizou 61% desde fevereiro de 2020, enquanto a tonelada de farelo de soja subiu 113% no mesmo período.
“Esse encarecimento anula todos os ganhos dos suinocultores e avicultores, ao mesmo tempo em que afeta ou até inviabiliza a produção industrial. Muitos frigoríficos de pequeno porte não conseguirão manter suas operações com os grãos nesses níveis de preços”, disse.
Além disso, houve alta nos gastos com energia elétrica e materiais de construção, utilizados para melhorias nas granjas de suínos e de aves.
“As iniciativas de importação e aumento da produção de cereais de inverno – especialmente nos estados do Sul – ajudarão, mas não serão suficientes sob a ótica de custos. No longo prazo, precisamos de ações estruturantes de logística de grãos para as regiões de produção de proteína e o setor operar de maneira efetiva no mercado futuro”, defende o presidente das entidades.
Em nota, ele comenta também que a retração do consumo no mercado doméstico e o aumento da competição no mercado internacional são dois fatores que contribuem para uma conjuntura mais desafiadora neste ano.
De acordo com Ribas, participantes do mercado devem ficar atentos, ainda, às oscilações cambiais, à manutenção da demanda da China por proteína animal brasileira e ao andamento das reformas estruturais do governo.