O comentarista do Canal Rural Miguel Daoud mostrou preocupação com a relação entre o movimento de invasões de terras e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A revista Veja publicou nesta semana a informação de que ele chamou integrantes do MST para criar um comitê permanente de construção da paz no campo – mas não teria convocado entidades representantes do setor agropecuário para fazer parte do grupo.
Segundo Daoud, as invasões de terras promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e outras ações geram insegurança para os produtores rurais e afetam negativamente os investimentos no agronegócio.
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Durante o programa Mercado & Cia., Daoud afirmou que a insegurança no campo é um dos maiores problemas enfrentados pelos produtores rurais. Ele destacou que o MST tem sido usado como “massa de manobra” pelo Partido dos Trabalhadores (PT) para invadir terras, o que, segundo ele, coloca em risco a segurança jurídica e econômica dos proprietários rurais.
“Invadir terras é crime pela Constituição, mas essas invasões cresceram absurdamente”, criticou, referindo-se à falta de ação do governo para conter tais práticas.
O comentarista também mencionou a questão das terras indígenas, afirmando que o excesso de demarcações tem contribuído para a insegurança no campo. “Hoje, os indígenas têm mais terra do que é preciso no Brasil para 800 mil indígenas. Eles não precisam de mais terra; precisam de cidadania, saúde e educação”, disse Daoud. Ele criticou a ocupação das aldeias por atividades criminosas, como tráfico de drogas e minérios, sugerindo que o governo deveria focar em proporcionar melhores condições de vida aos indígenas em vez de promover novas demarcações de terras.
Para Daoud, o governo precisa estabelecer um acordo com o MST para cessar as invasões e implementar reformas adequadas que permitam aos assentados produzir de forma eficaz. Ele ressaltou que a agricultura familiar e os pequenos produtores são os verdadeiros responsáveis pela produção de alimentos no Brasil, ao contrário dos assentamentos, que, segundo ele, produzem muito pouco.
Daoud concluiu que o Brasil só alcançou o status de grande exportador agrícola por mérito dos próprios produtores rurais, que souberam aproveitar a demanda crescente da China, e não pelas ações do governo.