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Diversos

RS: defensivo usado na soja pode responder por 77% das mortes de abelhas

Estado desenvolveu um projeto para acompanhar o impacto do fipronil sobre as abelhas e os produtos da apicultura

O defensivo agrícola fipronil, usado na cultura da soja, está presente em 77% das amostras de colmeias em que houve mortandade de abelhas no Rio Grande do Sul, no acumulado do ano até abril. A informação foi divulgada pelo chefe da Divisão de Insumos e Serviços Agropecuários da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR), Rafael Friederich de Lima, nesta segunda-feira, 14.

No período avaliado, foram coletadas 18 amostras de colmeias que registraram mortandade, algumas em 100% das abelhas. O material recolhido foi enviado para o Laboratório de Análise de Resíduos de Pesticidas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

“Dos 13 laudos já prontos, verificou-se a presença do fipronil em 77% das amostras. Em 69% delas, havia a presença de mais de um ingrediente ativo. E em duas foram registradas as substâncias carbofurano e fluquinconazol, de uso proibido no Rio Grande do Sul”, diz Lima.

Ele ponderou que vários fatores influenciam para haver um número reduzido de amostras. “Existem poucas notificações oficiais, pois há um receio em denunciar por envolver áreas de terceiros. Temos promovido palestras, reuniões e distribuição de cartilhas para estimular o apicultor a procurar a Secretaria e notificar”, detalha.

A partir da denúncia, que pode ser registrada em qualquer inspetoria ou escritório de defesa agropecuária da SEAPDR, uma equipe composta de um agrônomo e um médico veterinário da secretaria visita a propriedade para a coleta de amostras. “Esta ação conjunta é necessária para avaliar se doenças podem ter sido, também, um dos fatores na mortandade das abelhas”, explica.

Projeto é criado para lidar com o problema causado pelo fipronil

A partir de inquérito civil do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul sobre a relação entre a mortandade de abelhas com o uso do fipronil, foi criado o Sistema de Informação e Monitoramento de Abelhas (SIM Abelhas) do Rio Grande do Sul, que está em fase de implementação.

“O SIM Abelhas visa implementar polos em dez regiões geográficas do estado, com o objetivo de monitorar, de forma remota, o fluxo e atividades das abelhas, para ver quais são os períodos do ano com maior ou menor movimentação, e o que tem implicado nas mortes”, resume.

O projeto também pretende monitorar a presença de resíduos de agrotóxicos no mel, no pólen e em abelhas campeiras, além de caracterizar e monitorar microrganismos e ectoparasitas que possam causar doenças às colmeias. “As empresas do setor estão aderindo a um projeto amplo, que não é de governo, e sim de Estado, com atuação em todo o Rio Grande do Sul”, finaliza Lima.

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